DatamarWeek resume a semana

Os grãos movimentando o Brasil, enquanto alguns acordos começam a sair do papel

Comércio Exterior

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,1 bilhão na quarta semana junho, de acordo com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). O saldo é resultante de exportações no valor de US$ 4,0 bilhões e importações de US$ 2,9 bilhões. No mês de junho até o momento, as exportações somam US$ 13,8 bilhões e as importações, US$10,4 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,4 bilhões. No ano, as vendas externas brasileiras totalizam US$ 87,360 bilhões e as compras, US$ 64,2 bilhões, gerando superávit de US$ 23,1 bilhões. As exportações acumularam média diária de US$ 728 milhões, e as importações, US$ 535,4 milhões.

Navios, portos, terminais & infraestrutura relacionada

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) apresentou, em audiência pública, seu projeto de adequação do berço 201 do cais comercial do Porto de Paranaguá. Serão investidos ao todo R$ 183 milhões com recursos próprios da APPA para modernização e ampliação do cais, que irá triplicar a capacidade de operação do berço 201, passando a movimentar seis milhões de toneladas por ano.

De acordo com estudo feito pelo Rabobank, as exportações de soja pelo Arco Norte deverão crescer 130% nos próximos 10 anos. Os investimentos realizados ou previamente anunciados pelas empresas ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, Fiagrill, Hidrovias do Brasil e Louis Dreyfus na região farão com que a movimentação atual de 12,6 milhões de toneladas de soja por ano chegue a 28,7 milhões em 2025. Em contraste, os portos de escoamento da commodity mais tradicional do país, Vitória, Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul e Rio Grande, escoarão juntos pouco mais de 42,4 milhões de toneladas na prospecção, um crescimento de apenas 1,9%.

O número de navios que aguardam para embarcar açúcar nos portos brasileiros aumentou de 45 para 49 na última quarta-feira (22/06), de acordo com a agência Williams Brazil. Ao todo, estão agendados carregamentos de 1,90 milhão de toneladas de açúcar, dos quais 1,46 milhão, ou 77%, serão escoados pelo Porto de Santos. Paranaguá também será responsável por uma grande parte desse total, com 380,8 mil toneladas, ou seja: 20%.

Embarcadores e cargas

Carne - De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil está muito próximo de concluir o processo de abertura do mercado de carne bovina para os Estados Unidos. Ainda de acordo com o órgão, o governo americano já teria aceitado a proposta brasileira, que contempla abertura recíproca para que os Estados Unidos possam enviar sua carne para o Brasil também. Estima-se que, inicialmente, cerca de 40 mil toneladas de carne sejam embarcadas por ano para o país norte-americano.

Soja - A Abiove reduziu as previsões de safra e exportação de soja do Brasil para este ano devido a problemas climáticos. De acordo com o órgão, a safra de soja do país deve chegar a 97,3 milhões de toneladas em 2016, 600 mil toneladas abaixo do previsto inicialmente. Já as exportações foram estimadas em 53,8 milhões de toneladas, 800 mil toneladas abaixo da projeção anterior e 500 mil toneladas abaixo do recorde histórico de 54,3 milhões de toneladas alcançados em 2015.

Feijão - A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) zerou por três meses o imposto de importação incidente sobre o feijão tipo preto e carioquinha. A alíquota atual sobre o produto de fora do Mercosul é de 10% e espera-se que a medida consiga combater a crescente alta no preço do feijão em território nacional, que chegou a 16,38% frente ao mês anterior. De acordo com o órgão, problemas climáticos afetaram a última safra e ocasionaram a alta dos preços.

Automóveis - Brasil e Argentina renovaram mais um acordo automotivo na última semana, de acordo com o MDIC. O acordo prevê uma agenda de trabalho, com foco na integração produtiva e comercial equilibrada que possibilite o livre comércio a partir de 2020, com vigência de quatro anos. Estabeleceu-se que a relação entre o valor das importações e exportações entre as partes deverá observar o coeficiente de desvio sobre as exportações – flex – não superior a 1,5 no período de cinco anos (01/07/2015 a 30/06/2020). A partir de 1º de julho de 2019, se alcançadas as condições para o aprofundamento da integração produtiva e o desenvolvimento equilibrado de estruturas produtivas e de comércio, o flex do comércio bilateral do setor automotivo será de 1,7, após acordo prévio entre as partes.

Frutas - O Ministério da Agricultura do Japão atualizou uma norma interna que possibilitará ao Brasil exportar melão, caqui, frutas cítricas e manga para o país. O país asiático apenas aguarda agora a apresentação de um plano de trabalho sobre os procedimentos de produção e exportação nacionais, bem como controle de pragas e outros cuidados, para que em novembro deste ano seja possível iniciar os embarques. O Japão importou 25 mil toneladas de melão em 2015, equivalente a US$ 27 milhões, enquanto o Brasil exportou 223 mil toneladas da fruta no mesmo ano, rendendo US$ 154,2 milhões ao país. O melão foi a fruta mais exportada em volume pelo Brasil no último ano.

Autopeças - A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) publicou hoje, no Diário Oficial, uma resolução que altera a lista de autopeças não produzidas no Mercosul. A medida inclui 46 novos produtos e tem o objetivo dar mais competitividade ao setor automotivo. As autopeças que integram a lista publicada hoje possuem alíquotas originais de 18%, 16% e 14%, e foram reduzidas para 2%. A lista de autopeças contempladas, bem como a resolução como um todo, pode ser lida aqui.

Grãos - As exportações de grãos da Argentina cresceram 35% nos cinco primeiros meses do ano frente ao mesmo período de 2015, de acordo com o Ministério da Agro Indústria do país. Em 2016, foram embarcadas 35.565.995 toneladas, enquanto em 2015 foram exportadas 26.268.520 toneladas. O Trigo foi o principal destaque com 5.635.671 toneladas, número que representa aumento de 142% frente as 2.328.371 toneladas exportadas em 2015.

Escrito por:

Datamar Consulting

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