Brasil na retaguarda dos acordos de comércio
Estadão diz que o País está “no fim da fila” do livre comércio, não apenas por falta de negociação do governo, mas também pela rejeição da indústria à abertura de mercado
Em matéria publicada na sexta-feira (20 de maio), o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que o Brasil ficou “à margem da expansão sem precedentes de acordos bilaterais e regionais de comércio na última década”. A publicação atribui o isolamento do país à tática de se manter exclusivamente focado nas diretrizes da OMC (Organização Mundial do Comércio), além das ressalvas da indústria às concessões.
O tema foi levantado pelo jornal, e amplamente replicado na mídia, por conta do discurso do novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmando que o governo de Michel Temer estaria propenso a reconsiderar acordos bilaterais. O texto aponta, no entanto, que “uma mudança na postura do Brasil não vai depender apenas do governo. Para experientes observadores na União Europeia, por exemplo, um dos maiores entraves foi sempre a indústria brasileira, que evitava aceitar qualquer abertura de seu mercado”, declarou o jornal, citando a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) como uma das entidades que terá de ser “convencida a ceder", segundo uma fonte do jornal em Bruxelas.
Cristina Kirchner também é incluída entre os agentes contrários aos acordos de livre-comércio, por deixar claro durante sua gestão como presidente da Argentina entre 2007 e 2015 que não era favorável a um acordo de livre-comércio com a Europa, “ou com qualquer outra economia que pudesse ameaçar seus aliados nacionais”.
Transformando em números:
1% - Até fevereiro de 2016, o Brasil era o país que tinha o menor número de tratados comerciais entre os países do Brics. Na data, o País estava envolvido em apenas cerca de 1% dos acordos globais.
419 - No início de 2005, havia cerca de 260 tratados vigentes entre países. Ao final de fevereiro de 2016, o número passava de 625 acordos comerciais, 419 efetivamente em vigor.
9 - Junto com os outros países latino-americanos, o Brasil recusou os parâmetros da ALCA (Aliança de Livre-Comércio das Américas), não estabeleceu acordos expressivos com a União Europeia até então, e tampouco desenvolveu tratados comerciais com outros países emergentes. Hoje, o país tem somente 9 acordos vigentes (5 de livre comércio e 4 de preferências tarifárias) além do Mercosul e o Chile, que incluem serviços.
14 - Os Estados Unidos possuem 14 diferentes tratados comerciais e negocia com a Europa a criação da maior área de livre-comércio do mundo, a parceria do Transatlântico, TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership).
13 - Nas Américas, o México soma 13 tratados com parceiros de todo o mundo.
26 – São os acordos que o Chile, desvinculado do Mercosul, mantém com outros países para livre-comércio.
17+6 – Em uma tentativa de reduzir a dependência em relação à economia dos EUA, o país possui 17 tratados e ainda negocia outros 6.
Para ler a notícia no Estadão, clique aqui.
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