Mercosul e UE voltam a negociar acordo de livre comércio

Ofertas entres os dois blocos envolvem bens, serviços, investimentos e compras governamentais

A União Europeia (UE) e o Mercosul concordaram em retomar formalmente a negociação de um acordo de livre-comércio. A perspectiva do acordo preferencial de comércio entre os dois blocos oferece excelentes oportunidades, que de acordo com o Itamaraty, envolvem na proposta do Mercosul a cobertura de cerca de 90% das exportações europeias.

Marcado para hoje, as ofertas entres os dois blocos envolvem bens, serviços, investimentos e compras governamentais. O objetivo é negociar um acordo de comércio global, reduzindo impostos alfandegários, removendo barreiras ao comércio de serviços e aprimorando as regras relacionadas a compras governamentais, procedimentos alfandegários, barreiras técnicas ao comércio e proteção à propriedade intelectual.

De acordo com a porta voz do Itamaraty, Paula Aguiar Barboza, assessora do Ministério das Relações Exteriores, os europeus estão prontos para fazer oferta de acesso a mercados em bens, serviços e investimentos. “O Mercosul está pronto há mais de um ano para fazer oferta nessas mesmas áreas”, disse a especialista, e ressaltou que o Mercosul cumpriu seu dever de casa. “Nosso dever era cumprir os parâmetros no momento do relançamento das negociações na cúpula do Madri de 2010”.

As negociações de um acordo entre os blocos começaram em 1999, porém o diálogo chegou a um impasse em 2004 pela falta de acordo quanto as tarifas que protegem a agricultura europeia dos produtos exportados pela América Latina. Depois da suspensão por seis anos, as negociações foram retomadas em maio de 2010.

Ainda segundo Barboza, a lista de ofertas inclui todos os setores. “Não há nenhuma exclusão a priori”, porém ressalta que é uma primeira lista de acesso a bens, serviços, investimentos e compras governamentais. Barboza destacou ainda que todos os cinco membros do acordo estão em sintonia e “com expectativas realistas”.

Intercâmbio comercial Brasil/UE – 2015

  • Em 2015, as exportações brasileiras para a UE alcançaram a cifra de US$ 33,9 bilhões, 19,3% menos que no ano anterior (US$ 42 bilhões). A participação da União Europeia nas exportações brasileiras caiu de 18,7%, em 2014, para 17,8%, em 2015.
  • A pauta das exportações brasileiras para a UE é composta, principalmente, por produtos básicos (48,3%). Os semimanufaturados representam 16,1%, e os semimanufaturados, 35,1%.
  • Os principais produtos exportados para a EU, em 2015, foram: farelo de soja, com participação de 9,8% do total das exportações para o bloco; café em grãos (8,5%), minério de ferro (6,6%), soja em grãos (6,4%) e celulose (6,3%).
  •  Já as importações brasileiras da UE foram de US$ 36,6 bilhões em 2015. Houve queda de 21,6% sobre o valor importado em 2014 (US$46,7 bilhões). A participação da UE nas importações brasileiras elevou-se de 20,4% para 21,4%
  • No ano passado, o Brasil importou da UE principalmente manufaturados (95,2%). Os semimanufaturados representaram 3,1%, e os básicos, 1,7%.
  • Os principais produtos importados da UE são medicamentos para medicina humana e veterinária, com participação de 8,5% do total das compras brasileiras do bloco; autopeças (4,6%), compostos heterocíclicos (3,3%); inseticidas, formicidas e herbicidas (3%), automóveis de passageiros (2,8%).
  • A balança comercial brasileira com a UE, em 2015, teve déficit de US$ 2,7 bilhões. A corrente de comércio do Brasil com a região somou US$ 70,593 bilhões, no período. Houve queda de 20,5% sobre o ano anterior (US$ 88,766 bilhões).
  • Em 2015, 7.109 empresas brasileiras realizaram exportações para a U.E e 19.766 empresas brasileiras importaram produtos do bloco. Quanto aos exportadores, houve um acréscimo de 4% em relação a 2014 (275 empresas a mais) e, em relação nos importadores, houve diminuição de 3,2% (654 empresas a menos).

Os dados são do Portal Brasil, com informações do MDIC*

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