A saga da greve da Receita Federal

Prejuízos, casos que atingem dois meses de atraso e impactos no canal verde

O Aeroporto de Guarulhos, assim como portos e outros aeroportos, como o de Viracopos, enfrentam desde julho um problema: paralisação. O problema é que ele desencadeia outros mil. Desde julho, os auditores fiscais da Receita Federal começaram uma paralisação em protesto ao não cumprimento do acordo salarial fechado com a categoria em março deste ano e, a partir de então, entregaram os cargos de chefia de volta ao governo federal e deram início à “operação padrão” por tempo indeterminado. (Leia no Guia

O problema é que o cenário desesperador se mantém, e o atraso na liberação das cargas parece estar cada vez mais ocioso. Em comunicado a GRU Airport - Administradora do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos – disse estar se esforçando, “dentro do que foi possível fazer, para minimizar os impactos desta “Operação Padrão” da Receita Federal no processamento das cargas no terminal”.

A administradora pediu compreensão da comunidade aeroportuária, especialmente dos importadores, exportadores, companhias aéreas, despachantes aduaneiros, dentre outros, “quanto a possíveis atrasos na entrega da carga importada, apesar de já liberada, ou o recebimento de cargas a exportar”.

Sem informar como fica a situação das cargas armazenadas, passíveis de cobrança nesta situação, Valdir Santos, diretor do SINDASP (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo), aponta já ter casos em que as cargas chegam até dois meses de atraso na liberação. “Os produtos ficam armazenados, pagando tarifas e a conta dos embarcadores e de seus representantes legais só aumentam, com altos prejuízos”, afirmou, sem informar, porém, o valor desses prejuízos.

O Sindicato que chegou a comparar a situação com o cenário de caos dos anos 90 (Leia no Guia) – quando as cargas em excesso ocupavam espaços destinados estacionamento dos aviões, nos pátios dos aeroportos, em época do crescimento desenfreado das importações brasileiras – disse ainda que tais atitudes continuam prejudicando toda cadeia logística do comércio exterior brasileiro. “Os Fiscais estão mais unidos, trabalham somente na terça-feira e param todas repartições, atingindo até mesmo cargas do canal verde, com reflexos na importação e na exportação”, disse o diretor do Sindasp.

Na última avaliação, as cargas ainda estavam sujeitas às chuvas e demais intempéries no Aeroporto de Guarulhos, em função da falta de espaço nos armazéns. A Concessionária do Aeroporto de Guarulhos disse ainda esperar que em breve a situação seja normalizada por parte dos servidores da Receita Federal “e que possamos manter o padrão de eficiência operacional que a Concessionária vem implementando ao longo de sua administração”.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.