Com previsão de inflação maior para 2016 economia “fica a ver navios”
Professor aponta que economia deve apresentar respiro apenas em 2017. Mas, crescimento de fato apenas em 2018
O BC (Banco Central) liberou seu Relatório Trimestral de Inflação e a previsão é de inflação maior para 2016 e um cenário mais crítico para a economia brasileira. As projeções para a inflação são apresentadas em dois cenários principais. O primeiro, denominado cenário de referência, supõe que a taxa Selic será mantida inalterada durante o horizonte de previsão, em 14,25% a.a. O segundo cenário, denominado cenário de mercado, utiliza as trajetórias para a taxa Selic e para a taxa de câmbio que constam da pesquisa realizada pelo Gerin do Banco Central com analistas independentes.
Para o professor coordenador do Núcleo de Pesquisa IFECAP da FECAP, Eric Brasil, se os juros voltarem a subir isso será extremamente danoso à economia brasileira por conta da consequente redução no investimento e na atividade econômica. “No entanto, a previsão de mercado é de um futuro ciclo de queda e não de alta nos juros”.
De acordo com o relatório, a inflação atingiu 0,61% em abril e 0,78% em maio, alcançando em doze meses 9,32% em maio, 0,85 p.p. acima da registrada até maio de 2015. A atividade fabril se manteve estável no mês, expandindo 0,1% ante o mês anterior, de acordo com a série livre de influências sazonais, divulgada pelo IBGE, acumulando variação negativa de 9,6% em doze meses. Na série sem ajuste sazonal, a produção industrial diminuiu 7,2% em abril, em relação ao mesmo mês de 2015, com resultados negativos em três das quatro categorias de uso e em 21 dos 26 ramos pesquisados. Entre as categorias de uso, comparando-se a produção de abril com a de março, de acordo com a série com ajuste sazonal, observou-se redução na de bens de consumo duráveis (-4,4%) e na de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%), enquanto os segmentos de bens de capital e de bens intermediários registraram resultados positivos de, respectivamente, 1,2% e 0,5%.
Para Eric Brasil, dada a sinalização da nova diretoria do Bacen, o risco de um novo ciclo de alta na taxa de juros é baixo. “Atualmente, por conta da desaceleração econômica e da convergência das taxas de inflação para a meta estabelecida pelo Copom, as expectativas de mercado são muito mais pelo início de um ciclo de queda na taxa básica de juros do que pela retomada do ciclo de alta”.
No que diz respeito ao comércio exterior, de acordo com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), o superávit na balança comercial acumulado em doze meses atingiu US$41,7 bilhões em maio, ante déficit de US$1,5 bilhão no mesmo período do ano anterior.
Concorreram para esse resultado US$190,0 bilhões em exportações e US$148,3 bilhões em importações, com recuos de 9,4% e 29,8%, respectivamente, em relação ao período de doze meses encerrado em maio de 2015. Em doze meses até abril de 2016, o quantum exportado avançou 12,8% e o preço médio das exportações diminuiu 21,4%, enquanto o quantum importado recuou 20,9% e o preço médio das importações diminuiu 12,0%.
“Esse cenário se deve principalmente à desvalorização do câmbio nos últimos anos. Esse é o "lado bom" da crise atual e não motivo para "saná-los", aponta, ressaltando que a economia deve apresentar os primeiros sinais claros de recuperação apenas em 2017. “Mas voltar a crescer de fato apenas em 2018”.

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