"Efeito Trump": o que muda para o Brasil?

Republicano vence eleições, mas sem apontar país nas eleições alguns elementos devem ser considerados

Donald Trump será o 45º presidente dos Estados Unidos. Contrariando pesquisas e previsões nas quais não era indicado como novo presidente, Trump conquistou vários Estados-pêndulo, onde os resultados eram imprevisíveis. Mas como o êxito do republicano impacta no Brasil? O Brasil e a América Latina não foram tratados como temas prioritários nas campanhas dos dois candidatos, e Trump chegou a mencionar ter um elemento de imprevisibilidade que poderia prejudicar as relações com os brasileiros.

Em 2015, o empresário citou o Brasil ao listar países que, segundo ele, tiram vantagem dos Estados Unidos através de práticas comerciais que ele considera injustas. A balança comercial entre os dois países, porém, é favorável aos EUA.

Um dos comentários durante as eleições foi que por, ser um candidato republicano Trump tenderia a ser melhor para os interesses econômicos do Brasil do que um candidato democrata. Porém contrariando essa lógica, ele propôs renegociar os acordos comerciais firmados pelos EUA para preservar empregos no país e reduzir o déficit americano nas transações com o resto do mundo.

Se colocadas em prática essas ações, o Brasil poderia ser prejudicado, já que hoje os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China. Sendo assim com uma maior abertura dos EUA a produtos brasileiros, o Brasil se beneficiaria - e muito. Especialistas nas relações Brasil-EUA costumam dizer que os laços entre os dois países dependem em grande medida da química entre seus líderes, independentemente de seus partidos ou ideologias.

Eles afirmam que, embora seguissem tradições políticas bastante distintas, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e George W. Bush (2001-2009) tinham uma relação tão boa quanto a mantida entre FHC (1995-2002) e Bill Clinton (1993-2001), que tinham maior afinidade ideológica. Já a relação entre Barack Obama e Dilma Rousseff nunca foi tão próxima e sofreu com a revelação de que o governo americano havia espionado a presidente brasileira.

Resultados 

Reagindo ao resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o dólar operava em alta em relação ao real ontem, quarta-feira (09). Às 11h20, a moeda subia 1,8%, vendida a R$ 3,2245.  A Bovespa também reagiu ao resultado da eleição e operou em forte queda. Na véspera da eleição, o mercado apostava que a vencedora seria Hillary, o que levou o dólar a fechar em queda, na quarta sessão consecutiva de perdas em relação ao real. Nos quatro dias de negócios anteriores, o dólar havia acumulado queda de 2,28% sobre o real com apostas de que Hillary venceria as eleições. Com a onda de aversão ao risco, que elevou a busca por ativos considerados mais seguros, como ouro e iene, o dólar disparava em relação a divisas emergentes, destaque ao peso mexicano.

Por causa do nervosismo esperado para o dia de negócios, o Banco Central cancelou o leilão de até 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Brasília, que acompanha o movimento dos mercados globais e no Brasil e que tomará as "medidas adequadas" caso seja necessário. Ele não detalhou, porém, quais medidas poderão ser adotadas.

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