Exportação de café: mercado forte, circunstâncias adversas

Reconhecendo a força do Café do Brasil, Hapag Lloyd intensifica atividades dirigidas ao segmento

Café. Um dos produtos de maior aceitação mundial e, por conseguinte, uma das mercadorias mais comercializadas. A cada ano, as cerca de nove milhões de toneladas colhidas em uma variedade de países são distribuídas para o mundo todo, fomentando as exportações e a economia global. Atualmente, um de cada cem containers embarcados pela Hapag-Lloyd carrega café, seja em grãos ou moído – e a empresa anuncia que essa quantidade tende a crescer.

“O café é um produto extremamente sensível. Para satisfazer o cliente no mundo todo, é crucial que o transporte seja suave, executado de maneira profissional e adaptada às necessidades de cada um deles”, afirma o Diretor Comercial da Hapag-Lloyd, Thorsten Haeser.

Com foco especial no café, a Hapag-Lloyd tem intensificado as suas atividades nos polos exportadores tanto da Ásia quanto da América do Sul. A empresa divulgou que vem fortalecendo suas atividades tanto de vendas quanto de atendimento ao cliente nessas regiões. Com o aumento significativo de sua participação no mercado do café, o armador conta que seus escritórios já dispõem de equipes especializadas no manuseio desse tipo de carga, para suprir as exigências específicas de cada cliente.

A produção agrícola tem sido, de fato, um dos poucos segmentos nos quais o Brasil tem despontado. Segundo o último boletim da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), produzido em conjunto com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no primeiro semestre de 2016, o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 2,71% em relação ao mesmo período do ano passado. Todos os elos ligados à agricultura tiveram alta no período, o setor primário foi o que mais se destacou. Com o aumento dos preços, levado pelo câmbio do primeiro semestre, e as expectativas de maior faturamento em culturas como soja, milho, cana-de-açúcar, café, trigo, cebola, cacau, banana, batata, laranja e mandioca, o setor registrou 6,52% de crescimento, em plena crise econômica, política e de mercados.

Com vistas ao crescimento do mercado global para o café brasileiro, a Hapag-Lloyd criou para os exportadores o “Export Coffee Desk”, um setor dedicado à atividade, que trabalha em interface com o “Import Coffee Desk”, estabelecido em Hamburgo, o principal centro importador da Europa, e o segundo entre os destinos do café brasileiro. De janeiro a setembro de 2016, 120 países consumiram o café brasileiro, sendo que o volume exportado para os Estados Unidos foi de 4.614.791 sacas, enquanto a Alemanha comprou 4.242.018 sacas, a Itália, 1.991.431, e para o Japão, foram 1.773.106 sacas.

Apesar da força do mercado, entretanto, no mês de setembro, as exportações do famoso Café do Brasil tiveram queda. Se comparadas ao mesmo mês do ano anterior, as 2,5 milhões de sacas exportadas em setembro de 2016 representaram 21,5% a menos do que em 2015. Segundo o relatório mensal do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), “o resultado é reflexo do segundo mês consecutivo da greve alfandegária no Porto de Santos, que impacta diretamente na liberação dos certificados de exportações emitidos no período”.

“Temos convicção de que é algo pontual. Assim que tudo for regularizado, os números serão atualizados, refletindo a normalidade registrada em agosto e mantendo o crescimento contínuo conquistado pela eficiência e a sustentabilidade de nossos processos produtivos, que resultam em um café cada vez mais qualificado e interessante para o consumidor no mundo todo”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.

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