Cautela quando o assunto são concessões

Empresas demostram interesse, mas esperam que análises se traduzam em negócios rentáveis

Um certo tom de cautela foi tomado por parte das empresas que demostraram interesse no pacote de concessões do governo estadual. Isso acontece porque para elas esse não é o momento de abrir o caixa sem um projeto definido para cada ativo, e as mesmas esperam que todas as análises se traduzam em negócios rentáveis do ponto de vista dos investimentos.

Como é o caso da italiana Decal Triboldi interessada em uma eventual concessão ou PPP (Parceria Público-Privada) para o parque de tancagem no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) - e a transferência do atual parque no Porto do Mucuripe. De acordo com Jorge Oliveira Lemos, administrador da Decal no Brasil, a preocupação é justificada. “Tem de ter uma garantia formalizada, com embasamento jurídico que garanta que o parque de tancagem saia de Mucuripe e opere no Pecém”, destaca.

Em 2014, a empresa chegou a formular uma Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para operar um parque de tancagem no Porto do Pecém, mas não obteve resposta à época. Seriam investidos R$ 600 milhões. Para que o investimento seja justificável, ele explica que a área deva comportar entre 150 e 200 mil metros cúbicos de derivados do petróleo. “Nossa vontade de ir para Pecém não mudou. Se isso vai ser viável ou não, dependerá da modelagem. Ela vai dizer se dará certo concorrermos ou não”, declara.

O Grupo CCR, potencial investidor para os modais metroviário e rodoviário afirma que está atento às oportunidades de mercado no País e destaca que o Ceará não ficaria de fora. “O interesse da CCR por um negócio específico depende da definição de suas condições e da análise de sua viabilidade econômico-financeira e ambiental”, disse o grupo.

O Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas do Estado do Ceará vai ofertar 10 ativos à iniciativa privada através de leilões. A proposta é fortalecer a parceria do setor público com a iniciativa privada como uma forma de possibilitar que a gestão do governo seja mais eficiente e eficaz. A estratégia é desonerar o governo e permitir que ele possa investir de modo mais expressivo em serviços como os de saúde e educação.

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