Rio Grande: sem previsão de novos projetos
Setor naval fica com projetos parados desde a deflagração da Lava Jato
Rio Grande não tem muitas novidades, pelo menos no setor naval. Depois da deflagração da Operação Lava Jato a situação do setor segue indefinida, com isso os projetos ficam parados. Apesar da investigação envolvendo a Petrobras, alguns projetos, que estavam previstos para serem realizados no Brasil, acabaram sendo enviados para outros países. Outros seguem com a situação incerta, pois ainda não há perspectiva de quando e se devem chegar aos estaleiros Brasileiros, onde estavam previstos para serem construídos. Demissões estão sendo realizadas no ERG 1, estaleiro administrado pela empresa Ecovix. A empresa não comenta a situação dos projetos previstos para o Município, nem sobre as possíveis demissões que estão ocorrendo.
Até o ano passado, a Ecovix e a Estatal tinham contratos firmados para a construção de oito FPSOs (sigla em inglês para plataforma flutuante que produz, processa, armazena e escoa petróleo) para o pré-sal. Atualmente, dentro do estaleiro da Ecovix, encontra-se apenas a P-68, a qual, segundo uma fonte que prefere não ser identificada, pode sair do estaleiro até o próximo mês de outubro.
De acordo com o presidente interino do Stimmmerg (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte), Sadi Machado, as demissões que estão ocorrendo no ERG 1 fazem parte do contexto. "A obra é por fases, então as demissões fazem parte e o trabalhador sabe", explica. De acordo com Machado, a Ecovix tem três projetos já garantidos para Rio Grande. “Eles (Petrobras e Ecovix) já estão fechados com a P-69, P-70 e P-71. A Petrobras fechou um acordo com um banco da China que dá continuidade no setor por mais dois anos. Para esses dois anos, as obras estão completamente garantidas”, destaca.
Ele conta que, segundo informações repassadas da Ecovix ao sindicato, atualmente a empresa passa por uma situação econômica delicada. “A única atividade do setor naval, que está em andamento, é em Rio Grande. Não recebemos nenhuma informação sobre prazos. Por enquanto, não temos perspectivas”, enfatiza. O presidente interino do Stimmmerg afirma que o sindicato vê a situação e o futuro do setor naval com muita cautela. “Vivemos uma incerteza porque, querendo ou não, estamos atrelados com o momento político que vive o País", salienta. Ele conta que hoje, dentro da Ecovix, são cerca de 4,5 mil trabalhadores, no Estaleiro EBR em São José do Norte são aproximadamente 1,4 mil e, no Estaleiro QGI, em torno de 250.
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