Antaq conduz projeto de segregação de cargas após incêndios em Santos

Em parceria com terminal, criação de banco de dados irá ajudar na prevenção e preparação de terminais no caso de incêndios

Quando acontece um sinistro é preciso evacuar o terminal. Após a retirada dos colaboradores, chega o Corpo de Bombeiros. O que pode ser feito com o incêndio? Jogar água na área afetada ou o produto irá reagir ainda mais?

Essas são questões que, de acordo com o representante da ANTAQ, Daniel A. Santos, foram verificadas após os incêndios em alguns terminais em Santos, da Ultracargo e da Localfrio. “O pátio está vazio, não há ninguém para fornecer a informação. E isso é um problema", conta Santos, destacando a necessidade da construção de um banco de dados que esteja localizado fora da área de risco.

O Claps (comissão do Porto na qual participam representantes de todos os órgãos federais, como Polícia Federal, Alfândega, Ibama, Exército e Antaq) aprovou essa tarefa e nomeou a Agência para sua implantação. A agência que realiza as vistorias, que já começaram, está orientando os terminais em como identificar os tipos de cargas perigosas, sejam elas explosivas, inflamáveis, venenosas, gases comprimidos ou liquefeitos, ou qualquer outro tipo.

Além dessa identificação, os terminais também serão treinados a interpretar a incompatibilidade e distanciamentos necessários para garantir que não ocorram reações químicas que potencializem o cenário e fornecendo condições para a atuação eficiente de combate a emergência e segurança dos envolvidos, meio ambiente e sociedade, sempre seguindo a legislação vigente específica para cargas perigosas.

O Terminal Bandeirantes Logística Integrada que já passou pela vistoria em sua unidade IPA, no Porto de Santos, demonstrou boas práticas quanto ao controle da segregação de produtos perigosos em suas operações, favorecendo a não ocorrência de sinistros por conta de reações químicas, acidentes ambientais e prevenção de riscos aos trabalhadores.

De acordo com Marcos Adei, Gerente SMA e Segurança patrimonial, conta que recentemente a companhia criou um sistema interno para identificar rapidamente quais cargas estão armazenadas no terminal e onde elas estão localizadas. “E, a cada movimentação de container, essas informações são atualizadas imediatamente”.

Ele explica ainda que graças a sua adequação as operações de seu terminal e a atuação no momento da emergência e como mecanismo de prevenção, a agência sugeriu uma parceria com a colaboração da empresa para repassar este conceito às autoridades para melhor entendimento de como o terminal executa suas atividades de modo a reduzir riscos e manter ações de prevenção.

"A ideia de criar o sistema com uma logística inteligente para a identificação de cargas, surgiu do departamento de SMA (Segurança e Meio Ambiente). Em nosso sistema, se houver qualquer ocorrência, conseguimos saber exatamente qual tipo de produto foi atingido, quais outros produtos são incompatíveis, qual recurso que deve ser utilizado para combater as chamas e todas as outras informações que são necessárias em sinistros".

O sistema, apresentado deverá servir de modelo para outros terminais, porém de acordo com Santos, as informações são sigilosas e só serão repassadas caso haja alguma ocorrência que seja preciso acionar o Corpo de Bombeiros. “Os dados só serão disponibilizados em caso de emergência, ou em sinistros”.

O banco de dados será armazenado na Abtra (Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfadegados), o que irá garantir o sigilo. O acesso será apenas com o CPF do responsável. “Todos os cuidados com segurança foram tomados, os terminais podem ficar tranquilos", garantiu Santos.

A meta é que o sistema seja implantado nos terminais em até 90 dias, ou seja, até início de outubro.

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