Perspectivas e oportunidades são o foco da APAS 2016

Com a visita do governador paulista para a inauguração, maior evento da cadeia supermercadista divulga pesquisa sobre hábitos e tendências do consumidor brasileiro

Teve início na manhã de ontem em São Paulo a 32ª edição da APAS, a maior feira supermercadista do Brasil e do Exterior, com mais de 500 expositores de toda a cadeia de suprimentos. Para o corte da fita de abertura do evento, a organização recebeu a visita do Governador Geraldo Alckmin, que destacou a importância do setor para a economia brasileira: “Nós podemos nos orgulhar do setor porque é um dos mais eficientes setores em termos de tecnologia, eficiência, qualidade de atendimento e é quem está segurando o emprego, são 512 mil empregos só em São Paulo e o nosso Estado representa 30% do setor no Brasil", afirmou.

O presidente da APAS, Pedro Celso, justifica a escolha do tema do “Perspectivas e Oportunidades no Mundo dos Negócios” para o Congresso de Gestão do Evento pela atual conjuntura do país: “em momentos de economia instável, são as perspectivas e as oportunidades que farão a diferença no crescimento de cada negócio ou investimento. Acreditamos que, para traçar o caminho do empreendedorismo é preciso se manter atento, antecipar os desafios e prever o momento oportuno”, diz Pedro Celso.

Outro destaque da feira deste ano foi a pesquisa realizada em parceria pelas empresas Nielsen e Kantar Worldpanel, com divulgação conjunta entre o presidente Pedro Celso; o vice-presidente da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo Neto; o diretor de Economia e Pesquisa da APAS, Dinis Dias; o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano; a diretora de Varejo da Nielsen, Daniela Spinha de Toledo; e a Diretora Comercial Senior da Kantar Worldpanel, Christine Pereira.

A análise apontou que, mesmo em um ano de dificuldades, o setor supermercadista brasileiro faturou R$ 315,7 bilhões em 2015, um crescimento nominal de 7% em relação ao ano anterior, ou 5,5% do PIB brasileiro. A geração de empregos no estado de São Paulo manteve-se estável, com uma média de 510 mil empregos diretos tanto em 2014 como em 2015. Para 2016, a perspectiva é que o desempenho do setor como um todo seja impactado pelo cenário econômico atual, de elevação do desemprego, queda da renda e inflação elevada e persistente.

Saúde - Alimentação saudável é a campeã de escolhas do consumidor. A segunda maior preocupação do brasileiro é com a saúde, de acordo com 49% dos entrevistados. Dados da pesquisa comprovam esta preocupação, como a compra refrigerantes em geral, que apresentaram uma queda de -5% enquanto a água de coco cresceu 11%, ou a margarina, que apresentou uma queda de - 1,2% diante de um crescimento de +10% da manteiga. A maior diferença foi identificada quando o assunto é leite, com uma queda de -6% para os leites comuns, enquanto aqueles com baixa lactose subiram +78%.

Mesa em casa - Cai a escolha por alimentação fora do lar: moradores de mais de meio milhão de lares deixaram de jantar fora de casa, o que se comprovou pela queda de 8% nos gastos de 2015, quando comparados a 2014 (mesmo com aumentos visíveis nos valores de restaurantes). O contexto confirma que a alimentação dentro do lar ocupa a maior parte dos gastos do brasileiro, seguida por despesas com transporte, habitação, serviços públicos, vestuário e saúde. Outro impacto das mudanças de hábito foi percebido na queda de vendas dos alimentos para animais de estimação. As rações industrializadas dão lugar à oferta de sobras de comida caseiras aos pets.

Mais pesquisas, menos impulso - Seguindo a tendência de custos refreados e consumo consciente, as idas aos supermercados também diminuíram: o consumidor está pesquisando e planejando mais antes de efetuar a compra nos supermercados. O estudo da APAS identificou que os 10 primeiros dias do mês concentram o maior volume de vendas, sendo que os sábados concentram 64% da chamada ‘compra de abastecimento’. Mesmo diante da crise, consumidores – principalmente da classe C – não querem abrir mão de suas conquistas, como a compra de produtos premium, tais como cervejas, por exemplo. Como solução, procuram economizar adquirindo marcas mais acessíveis de produtos de outras categorias, como as de limpeza.

Consumo de experiências - A pesquisa aponta que a chamada “Geração Millennials” (com idade entre 26 e 30 anos, e que já respondem por 26% do mercado consumidor) está menos disposta a economizar, e tende comprar mais por impulso, priorizando “viver o momento”. Os Millenials também são 10% mais leais às marcas líderes do que a média do consumidor. Para esse grupo há certa inversão das prioridades, fazendo com que o crescimento de categorias supérfluas ainda seja bem maior. Além disso, são eles que impulsionam o e-Commerce, pois já estão inseridos no contexto da cultura digital e compra online. A pesquisa revelou ainda que “proporcionar experiências na loja” é fundamental para o consumidor, e que ofertas e descontos estão no topo da lista dos clientes: 75% deles sempre compram produtos em promoção, além de valorizar a organização do ponto de venda de modo a evitar o desperdício de tempo.

Online - O e-Commerce de varejo apresentou um enorme potencial no Brasil: vendas por canais eletrônicos devem expandir 43% em quatro anos, um salto de R$ 41,3 bilhões em 2015 para R$ 59, 8 bilhões em 2019, atingindo assim o tamanho do canal tradicional hoje. Os Millenials terão grande participação neste crescimento.

A Feira APAS acontece no Expo Center Norte, em São Paulo, de 02 a 05 de maio, e o Congresso de Gestão terá cobertura do Guia Marítimo.

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