Modal hidroviário mostra sua importância

Navegação interna registra alta de 16% no primeiro trimestre de 2016

Indo contra a crise econômica instalada no Brasil, o mercado de navegação interna segue em alta no setor hidroviário do país. Exemplo disso é que, de acordo com dados divulgados recentemente pela Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a movimentação portuária, via navegação interior, transportou 9,7 milhões de toneladas de carga bruta apenas no primeiro trimestre de 2016, um aumento de mais de 16% com relação ao mesmo período do ano passado.

“Somos um país privilegiado, com hidrografia extremamente ampla e que nos permite diversas oportunidades de aproveitar este modal como um dos principais meios de transporte de bens de consumo, de alimentos e de passageiros. Além de colaborar com a logística nacional em atividades comerciais, o mercado de navegação interna é fundamental para a concretização de diversas ações sociais. Somado a isso, teremos novas oportunidades com a ativação da hidrovia do Mercosul, assim como a hidrovia da região norte do País será destinada principalmente para a exportação de grãos”, aponta o diretor de vendas da ZF América do Sul, Silvio Furtado.

Para as empresas que desenvolvem produtos e serviços para esse mercado, o setor de navegação interna brasileiro tem um potencial imenso, que não pode ser desconsiderado em hipótese alguma. “O mercado de navegação interna possui importante representatividade nos negócios da ZF. A produção local voltada para esse segmento representa uma importante fatia da nossa produção total, com um portfólio de sistemas de propulsão azimutais com potências de até 2.700 HP’s, além de reversores de até 15.000 HP’s, para aplicações em embarcações que operam neste nicho de mercado”, declara.

A opinião do gerente de projetos e vendas da Schottel Brasil, David Souza, não é diferente e destaca a importância desse segmento. “O mercado hidroviário tem se mostrado muito importante para os negócios da empresa nos últimos anos. Podemos observar, por exemplo, que os produtores e as grandes exportadoras agrícolas estão preferindo investir nesse modal, uma vez que, ao colocar tudo na ponta do lápis, é esse o transporte mais econômico e eficaz. Eles percebem agora que é possível aumentar os lucros e receitas em longo prazo com o transporte aquaviário de cargas”, afirma.

O gerente de marítimo da Sotreq, Rodrigo Féria, concorda. “O custo final do transporte, se comparado a outros modais, é bem inferior. Nós entendemos que, sem dúvida nenhuma, o segmento fluvial é o que tem mais potencial de crescimento no mercado hidroviário atualmente”, destaca.

Souza reforça que para a Schottel, especificamente, há grandes demandas provenientes desse mercado. “Temos atendido esse segmento com nosso principal produto que é o propulsor azimutal modelo SRP, que não atende somente a legislação para operar em algumas partes das hidrovias de acordo com o tamanho do comboio, mas também pelo alto grau de manobrabilidade que oferece. Além disso, temos o Pum Jet (SPJ), um propulsor tipo jato d’água, desenhado especialmente para operar em regiões de baixo calado, situação muito comum em algumas hidrovias do país, entre outros produtos exclusivos”, pondera.

Féria alega que o mercado de navegação interna hidroviária é um segmento que vem se mostrando cada vez mais importante para a Sotreq. “A Sotreq vem investindo bastante neste segmento, especificamente, desde 2011. Atualmente, temos a capacidade de fornecer toda uma estrutura ao setor, desde a parte de motores e propulsores a sistemas de gerenciamento de frotas e sistemas de filtragem, entre outros produtos e serviços. Outro diferencial é que temos uma estrutura dedicada exclusivamente ao segmento no norte do país, que atende todo o Arco Norte, com uma equipe especializada nesse mercado”, conclui.

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