Falta de infraestrutura é reflexo de falta de investimentos

Pesquisa aponta o que todos já sabem: “Brasil não explora todo o seu potencial”

A pesquisa 'CNT de Rodovias 2016' desenvolvida pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) avaliou em 13 capitais toda a malha rodoviária federal e estadual pavimentadas no Brasil. E apontou que 78,7% das rodovias concedidas à iniciativa privada tem avaliação ótima ou boa em relação as administradas pelo poder público. No ranking das 109 ligações rodoviárias, as 19 melhores rodovias do Brasil são administradas por concessionárias. Vale ressaltar que das 30 melhores rodovias, 27 são concedidas a iniciativa privada.

César Borges, presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), disse que o programa brasileiro de concessões de rodovias já tem vinte anos de história e que os são satisfatórios e as perspectivas animadoras. “Nos últimos 20 anos, os trechos provados receberam investimentos na ordem de R$ 50 bilhões da iniciativa privada e outros R$ 20 bilhões estão programados para os próximos cinco anos”, completou.


Ao avaliar o estado geral das rodovias sob gestão pública, a pesquisa mostrou uma situação inversa das concedidas: 67,1% apresentam algum tipo de deficiência e estão classificados como regular, ruim ou péssimo. “Como as rodovias são responsáveis pela maioria da movimentação de cargas que circulam pelo País, as más condições de conservação e sinalização das estradas representam um dos principais gargalos. Isso reflete a necessidade constante de investimentos do poder público, somados com a capacidade de atuação da iniciativa privada, expressa nas concessões”, ressaltou Borges.

A pesquisa CNT apontou ainda que a malha rodoviária pavimentada do Brasil é pequena, principalmente quando comparada com a de outros países de dimensão territorial semelhante. No Brasil, são aproximadamente 25 km de rodovias pavimentadas para cada 1.000 km2 de área, o que corresponde a apenas 12,3% da extensão rodoviária nacional. Nos Estados Unidos, são 438,1 km por 1.000 km2 de área. Na China, 359,9 km e na Rússia, 54,3 km.

Para ele, o Brasil necessita muito de investimentos em infraestrutura e afirma: “de mais e melhores estradas, de ferrovias, de portos, de aeroportos de transporte pelos mares e rios”, lembrando ainda que o país não explora todo o seu potencial. “O que precisamos é eliminar os gargalos da infraestrutura que ainda impedem o pleno desenvolvimento do país. Para isso, governo e iniciativa privada podem atuar de forma conjunta, cada um a seu modo, somando os melhores esforços para modernizar num curto espaço de tempo a infraestrutura brasileira”, finaliza.

Vale ressaltar que a pesquisa levou em consideração as condições do estado geral, do pavimento, da sinalização e da geometria da via. Também foram apontados os pontos críticos. Foram analisadas, ainda, as situações viárias por tipo de gestão (pública ou concedida), por estado e regiões geográficas, por corredores rodoviários e por tipo de rodovias (federais ou estaduais).

A Pesquisa CNT de Rodovias 2016 pode ser conferida na íntegra no site da entidade.

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