Internet das Coisas movimentará US$ 1,9 trilhão em logística

Uso de IoT no transporte vai além do rastreamento, aumentando a eficiência e reduzindo os custos substancialmente

Um Relatório de Tendências produzido pela DHL, com foco na chamada “Internet das Coisas”, indicou que, ao longo da próxima década, o setor de logística pode ser alavancado aos níveis mais elevados de eficiência operacional na medida em que a IoT conecta (em tempo real) os milhões de embarques que são deslocados, rastreados e acondicionados todos os dias.

Apresentado no ano passado na Conferência Global de Tecnologia da companhia em Dubai, o estudo quantificou: a Internet das Coisas pode impulsionar o setor de logística em US$ 1,9 trilhão. Por exemplo, no setor de armazenagem, paletes e outros itens conectados serão diferenciais importantes na gestão inteligente de estoques.

Para se ter uma ideia, no mundo já há 12 bilhões de coisas conectadas e a grande parte está aplicada em soluções como gestão remota de frota, distribuição inteligente de energia (smart grid), mineração, cidades inteligentes, entre outros.

No transporte, setor no qual a conexão de sensores e atuadores já é bastante difundida com o rastreamento e a telemetria, a novidade está nas novas tecnologias, que podem extrair diferentes informações e, principalmente, na camada de inteligência – que reúne a leitura de todos os dispositivos embarcados em uma única plataforma. Por meio desse recurso, é possível: processar, analisar e fornecer ao tomador de decisão informações completas. Além disso, as informações trabalhadas em outras frentes do negócio permitem à empresa unificar processos e melhorar sua cadeia logística.

“A Internet das Coisas permite a transformação de dados absolutos em conhecimento integrado e útil para a operação de transporte e logística. E as vantagens podem ir além: quando os veículos se conectam ao ambiente (estradas, sinais, outros veículos, relatórios de qualidade do ar e sistemas de inventário, etc), os custos caem e a segurança e a eficiência aumentam significativamente”, avalia Renato Carneiro, Presidente da 2S Inovações Tecnológicas, que oferece soluções IoT no Brasil.

As plataformas de analytics, responsáveis pela camada de inteligência, permitem o embarque de ações que serão realizadas em cima das ocorrências, como n

E, embora implantar a gestão de frota demande gastos, o investimento acaba se pagando rapidamente, uama vez que proporciona redução de combustível de até 15%, além de proteger contra roubos. No caso específico do furto de combustível, uma situação muito comum nas estradas brasileiras, plataformas de analytics, responsáveis pela camada de inteligência, permitem que se realizem ações com base nas ocorrências. Uma câmera, acionada somente quando dois ou mais fatores acontecem (o sensor de tanque de combustível apresenta variação, o veículo está parado e o motorista não está na cabine, por exemplo), permite o envio de imagens somente do momento da ocorrência, mantendo as demais imagens armazenadas no equipamento embarcado no veículo. Um roteador específico para o setor de transportes funciona como centralizador de todos aparelhos interconectados ao veículo e recebe todas as informações para processar e enviar para a nuvem por sinal 3G ou 4G.

Quando o veículo passa por uma área sem cobertura, esse equipamento grava os dados coletados, que são descarregados e enviados para a plataforma de analytics assim que a conexão se reestabelece. Dessa forma, em momento algum há perda de conteúdo.

“Outra possibilidade de transmissão é utilizar dois chips de dados, de operadoras diferentes. Quando a cobertura de uma falha, a outra é ativada. Com a estratégia adequada, IoT é um enorme diferencial competitivo”, diz Carneiro. Ao unir a capacidade de processamento embarcada à inteligência das plataformas de analytics, o setor de transporte está descobrindo que as informações de velocidade, dirigibilidade e localização podem representar muito mais para o negócio.


A IoT também está na pauta do governo federal, que planeja lançar (ainda neste semestre) um sistema de consulta pública para um plano nacional de Internet das Coisas. Segundo dados já divulgados pelo Ministério das Comunicações, a ideia é ser similar ao PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), com a definição de metas para a implementação da tecnologia e com incentivos tributários, que ainda estão sendo discutidos.

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