E a navegação segue se reorganizando

Companhias marítimas seguem reajustando rotas e controles acionários para se adaptar ao novo cenário da navegação

A APL e sua acionista NOL (Neptune Orient Lines) já são oficialmente subsidiárias da francesa CMA CGM. A aquisição foi finalmente formalizada na semana passada, quando a CMA CGM assumiu os 67% da NOL que pertenciam ao grupo Temasek, o que aumentou a participação da companhia francesa para 78%. O vice-presidente – e provável herdeiro da CMA CGM – Rodolphe Saadé, torna-se agora o novo Presidente executivo, ficando Nicolas Sartini como CEO.

O armador francês divulgou que partirá para uma venda de ativos no valor de US$ 1 bilhão, além de uma iniciativa para cortar outro bilhão em custos, o que provavelmente deverá vir da eliminação de atividades duplicadas após a aquisição da NOL/APL.

Enquanto isso, a Hyundai Merchant Marine começa a dar os primeiros passos para garantir o futuro próximo. A empresa acaba de concluir negociações com armadores para tentar baixar em até 20% os valores de tarifa charter para porta-containers, e 25% para embarcações de granel seco. A iniciativa deveria economizar por volta de US$ 450 milhões ao ano para a empresa, chegando a US$ 2 bilhões nos próximos 30 meses. Os armadores seriam compensados pela Hyundai, que lhes passaria novas ações e títulos da companhia, o que deve ser incluído no novo arranjo acionário da empresa (DL 22/16), connsagrando o banco KDB (Korea Develoment Bank) como maior acionista (DL 23/16). O passo final da Hyundai será juntar-se à THE Alliance, para o que a empresa receberá apoio tanto do KDB quanto do governo sul-coreano.

O governo da Coreia do Sul, por sua vez, solicitou à Korean Air que injetasse por volta de US$ 850 milhões na Hanjin Shipping, da qual é o acionista majoritário. De acordo com o relatório semanal da Dynamar, rumores dão conta de que a Hanjin não esteja tão satisfeita com a adesão da Hyundai à futura THE Alliance (Hanjin, Hapag-Lloyd, “K” Line, MOL, NYK e Yang Ming), talvez com a preocupação de que o KDB, maior acionista e credor tanto da Hanjin quanto da Hyundai, possa tentar fundir as duas companhias. O comitê Financeiro da Coreia do Sul não exclui a possibilidade de tal fusão, porém a Hanjin ainda está em negociações com armadores para reduzir tarifas de charter e deve reportar o andamento dos acordos no início de agosto, para atender às exigências do pacote de ações estabelecido para a recuperação da companhia coreana, porém os resultados ainda não são muito animadores.

Em reunião com a Seaspan na semana passada, o presidente do Hanjin Group não conseguiu baixar as tarifas de charter. Embora os credores da linha marítima coreana tivessem exigido um corte de custos de até 30% nas negociações de charter como primeiro passo para a reestruturação da empresa, as negociações não foram bem sucedidas e a Hanjin deve ir aos tribunais para resolver suas dívidas. A Hanjin Shipping ainda negocia com 22 armadores diferentes e mais de 60 empresas com contratos de charter, incluindo serviços de granéis e containers.

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