Maersk, APM e Damco reforçam sinergia

Diante dos resultados catastróficos da indústria de navegação, CEO da Maersk diz que parceria é uma forma de ganhar mercado

Em artigo para o Journal of Commerce, o colunista Greg Knowler afirmou que o Grupo Maersk deverá estabelecer uma forte parceria entre a Maersk Line, Damco e APM Terminals, compondo o que o CEO Soren Skou descreveu como  “uma empresa integrada de transportes e logística”. 

Segundo o JOC, o Grupo Maersk será reorganizado em duas divisões, com sinergias que lhes permitirão atingir corte de custos de até US$ 600 milhões nos próximos três anos. A divisão de Transportes & Log[istica, que engloba Maersk Line, APM Terminals, Damco, Spitzer e Maersk Container Industry, será gerida por Soren Skou. A divisão de Energias, que inclui Maersk Oil, Maersk Drilling, Maersk Tankers e Maersk Supply Services será capitaneada por Claus Hemmingsen, também vice CEO do grupo, conforme anunciado pela matriz da companhia em Copenhagen nesta quinta-feira.

Reestruturado, o grupo passará por mudanças significativas na sua administração, com a sa[ida do CFO Trond Westlie, que será substituído por Jakob Stausholm, atualmente responsável por estrat[egias. Também deixam os cargos o CEO da APM Terminals, Kim Fejfer, e o diretor da divisão de petróleo, Jakob Thomasen. O plano faz parte do pacote de reestruturações apresentado pelo chairman do grupo, Michael Pram Rasmussen, em 23 de junho - ocasião em que o entáo CEO Nils Andersen foi substituído por Skou.

Em meio a turbulências financeiras, supercapacidade e fraca demanda, o setor de navegação passa por dificuldades generalizadas. De acordo com a Drewry, o prejuízo da indústria como um todo deverá chegar aos US$ 5 bilhões neste ano. "No balanço financeiro divulgado ao fim do primeiro semestre, a própria Maersk Line, o armador atualmente mais lucrativo e consistente, derrapou em um prejuízo de US$ 151 milhões.

Em declaração ao JOC, Skou afirmou que a Maersk Line deverá se concentrar na conquista de mercado de maneira orgânica, e que algumas aquisições serão consideradas, desde que agreguem valor. Embora não tenha mencionado qualquer negociação em particular, os rumores do mercado apontam para a possibilidade de a Maersk assumir a futura parceira na Aliança 2M, Hyundai Merchant Marine, e a japonesa K-Line.

À imprensa, ele acrescentou também que a Maersk pretende investir "massivamente" no digital e em tecnologias adjacentes às operações, incluindo o website, do qual espera gerar mais receita "de todos os tipos" nos próximos anos. “Nosso plano é liderar a indústria no que tange à digitalização da navegação em containers. Toda empresa tem um website, mas a verdade é que o setor ainda [e bastante analógico na forma como realiza seus negócios. Atraímos 55% de todos os bookings por meio do site maerskline.com, o que nos gera mais de US$ 10 bilhões de retorno, e enxergamos a oportunidade de vender serviços diferentes no futuro", prospectou. 

Ao reunir a Maersk Line, a APM Terminals e a Damco na mesma divisão, as empresas esperam aumentar sua participação de mercado com a venda cruzada de produtos e serviços já existentes em toda a cadeia de valor.

“Será uma oportunidade para a Maersk Line atrair mais volume por meio da APM Terminals. Por vários anos, operamos com bastante proximidade em termos de mercado, o que significa que os volumes da Maersk Line passavam por outros terminais, de modo que vemos agora a oportunidade de resgatar esses volumes de volta", explicou Skou, mencionando a situação atual do mercado marítimo de cargas: "vamos fechar este ano com quatro armadores a menos do que começamos. Isso significa que chegamos a um ponto de inflexão da indústria, e devemos garantir meios para manter a posição de liderança".  


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