Crise no Brasil tem impressão digital

Ministro da fazenda diz que “agora não é momento de errar” e sobre situação do Brasil afirmou: “devagar que estou com muita pressa”

“Com a evolução política e econômica do País, não há dúvida de que nós viveremos momentos relevantes e dentro do meu ponto de vista, extremamente positivos na medida que devemos caminhar na direção certa”. Foi assim que o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles abriu sua fala durante o Fórum Veja – O Brasil que temos e o Brasil que queremos ter, no Teatro Santander, em São Paulo, ontem, segunda-feira (23).

Citando a importância do “diagnóstico” como principal desafio para a evolução do País, Meirelles, afirmou que “é preciso fazer um diagnóstico claro do "tamanho do buraco", para que se possa tomar medidas eficazes”. E salientou que a equipe econômica do novo governo anunciará essa semana medidas para equacionar o rombo nas contas públicas, que deve atingir R$ 170 bilhões este ano, segundo projeção anunciada na última sexta-feira, (20).

Ao comentar as razões principais que levaram à deterioração das contas públicas, o ministro disse que o cerne do problema foi o crescimento do gasto. "Em 25 anos, de 1991 a 2015, o gasto primário saiu de 11% para 19% do PIB, o que representa um crescimento anual de 0,3%", disse, acrescentando que, com isso, houve um crescimento do risco e de solvência. "De 2008 a 2015, a receita anual cresceu 14,5% em termos reais [descontada a inflação], enquanto a despesa aumentou 51%", disse, destacando o crescimento exponencial de subsídios e subvenções.

Lembrando que o governo interino de Temer ainda está em seu sétimo dia útil, o ministro disse que o objetivo da equipe de Temer “é trazer de volta ao mercado de trabalho os mais de 11 milhões de desempregados, reduzir insegurança de trabalhadores e empresários e garantir recebimento futuro da aposentadoria dos brasileiros”. E reforçou: “É preciso controlar a ansiedade e agir com rapidez e segurança, tomando medidas adequadas".

Meirelles disse ainda que a ideia é apresentar medidas que tenham efeitos ao longo dos anos e impactos permanentes. “Devemos apresentar uma linha de ação. Sendo aprovada, nós traremos segurança e confiança para mercados, consumidores, investidores, de que as finanças públicas estão estáveis", disse, ressaltando que "isso não pode ser mera declaração ou intenção, nem mesmo medidas de curto prazo".

Enfatizando que hoje o diagnóstico é de uma expansão sem precedentes de gastos públicos nos últimos anos e que este quadro precisa ser mudado, Meireles disse que precisamos recuperar os investimentos e a confiança do investidor. “Todos concordam que agora não é momento para errar, mas para acertar. Então repito a frase: devagar que estou com muita pressa'", disse., enfatizando ainda que ainda serão apresentadas medidas para estimular a produtividade e o ambiente de negócios no país.

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