Alargamento de canal em Santos pode trazer “falência portuária”

Estudo mostra que restrição da largura do canal traz impactos, desde mudança na frequência de navios até o número de navios que precisam visitar o complexo, causando filas

Uma proposta para evitar a erosão na Ponta da Praia, a restrição ao alargamento do canal de navegação do Porto de Santos trará prejuízos às operações e poderá causar a falência do complexo marítimo. O apontamento foi feito por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) contratados pela Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) para avaliar até que profundidade a dragagem deve ser feita e seus reflexos na região.

A unidade local do MPF (Ministério Público Federal) aponta as obras de dragagem do porto como a principal causa da erosão nas praias de Santos. O órgão pediu na Justiça a suspensão do alargamento do Trecho 1 do canal de navegação do complexo, que vai da Barra até o Entreposto de Pesca.

O pedido é para que a Docas seja autorizada, nessa região, apenas a manter em 170 metros a largura da via por onde passam os navios. O procurador da República Antonio José Molina Daloia defende que as obras fazem com que as correntes gerem ondas maiores e mais velozes, que impactam a faixa de areia.

Diante dos apontamentos do MPF, a Codesp decidiu contratar a USP para analisar a dragagem e avaliar os impactos da restrição proposta às operações. De acordo com o diretor-presidente da estatal, Alex Oliva, o estudo está em estágio preliminar, mas já confirma alguns dos temores da Docas.

“Uma dessas coisas que o estudo já mostra é que a restrição (da largura) do canal traz uma série de impactos. Muda o navio-tipo, a frequência de navios, o número de navios que precisam visitar o Porto e, claro, aumenta a fila. São conse-quências que estão sendo estudadas e já vieram à tona. Mesmo sem ser conclusivo, o estudo já mostra que a opção de redução está totalmente equivocada, mas isso será comprovado. Esse primeiro levantamento já diagnosticou que o foco está equivocado”, destacou o executivo.

De acordo com ele, esses impactos não vão agregar e sim trazer possivelmente uma “falência portuária”. “Se você diminui o navio-tipo, restringe a operação, aumenta a fila e cria dificuldade. Os navios não virão naturalmente para cá. Isso é desgraça anunciada. Contra fatos não há argumentos”, destacou Oliva.

2 Comentários

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    camila

    14/09/2016 18:38

    olá estou escrevendo um artigo da faculdade e preciso do nome do autor que escreveu a reportagem para citação? por favor

  • K
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    Kamila

    15/09/2016 10:37

    Olá Camila, essa matéria foi elaborada pela nossa redação, não temos um autor específico. Esse estudo foi elaborado pela Codesp, indico que você entre em contato com eles para obter mais informações.

    Agradecemos o contato.

    Kamila