Dragagem em debate

Assunto volta à pauta de discussões do Governo Federal depois dos problemas noo porto santista

A gestão privada dos canais de navegação dos complexos portuários brasileiros e de suas obras de dragagem voltou à pauta de discussões do Governo Federal. Desta vez, a proposta é analisada pelo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella.

O plano de entregar a dragagem, que hoje é uma responsabilidade do Governo Federal, para a iniciativa privada surgiu pelas dificuldades que a SEP (Secretaria de Portos) enfrentou em contratar uma firma especializada no aprofundamento do canal de navegação do cais santista, no ano passado.

De acordo com o presidente do Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo), Roberto Teller, os problemas enfrentados pelos usuários do Porto de Santos foram apresentados ao ministro. “Mostramos para o ministro o drama da dragagem, que é reflexo de um sistema falido. Levamos alternativas de privatização ou de uma PPP (parceria público-privada) e ele se dispôs a ouvir as alternativas”.

O plano dos empresários consiste na criação de uma empresa sem fins lucrativos, com a participação do poder público e da iniciativa privada. Segundo o diretor-presidente da BTP (Brasil Terminal Portuário), Antonio Passaro, a ideia é que os serviços de dragagem, balizamento e sinalização fiquem sob a responsabilidade desta nova entidade.

A nova companhia teria em sua estrutura um presidente do conselho de administração indicado pela Autoridade Portuária, enquanto o diretor-geral seria uma indicação conjunta, do poder público e da iniciativa privada. Ainda haveria dois diretores – um administrativo e financeiro e um operacional. Ambos seriam indicados pelos empresários.

“É importante o fato de ser uma ação conjunta, que visa dar eficiência e agilidade à gestão”, destacou Pássaro, que propõe a implantação de um projeto piloto de cinco anos em Santos.

Outra reivindicação apresentada é a formação de um grupo de trabalho para tratar especificamente da questão da dragagem. “Precisamos de soluções emergenciais transitórias. O sistema não consegue subsistir sem essas mudanças”, disse o presidente da Fenop (Federação nacional dos Operadores Portuários), Sérgio Aquino.

2 Comentários

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.

  • G
    denuncie

    Gil Cordeiro Dias Ferreira

    21/06/2016 18:28

    Em 1967, o então DNPRC - Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais, depois DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, cujo Diretor-Geral era o Almirante Luiz Clóvis de Oliveira, dispunha de uma "SEDRA” – Seção de Dragagem, ineficiente como tudo que é público. O Presidente Castelo Branco resolveu transformá-la em Empresa de Economia Mista. E fundou a Companhia Brasileira de Dragagem (CBD).
    Meu pai, Engº Juarez Galvão Ferreira, formado em 1943 pela Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, e admitido no DNPRC / DNPVN por concurso, foi nomeado Diretor Técnico da CBD. O Diretor Presidente era o V Alte Hélio Leôncio Martins, grande expoente da Marinha do Brasil, ainda vivo, hoje (Jun de 2016), aos 102 anos, e lúcido – reconheceu-me no Clube Naval, há poucos dias. O Diretor Administrativo-Financeiro era um Alte do CA por nome Heitor, já falecido.
    Depois de dois anos, a Diretoria foi substituída. Mais tarde, assumiu o DNPVN o Dr Arno Markus, engenheiro, amigo de meu pai, primo e cunhado de Geisel. Meu pai continuava no DNPVN, que Geisel transformou em Portobras. Em 1974, meu pai foi nomeado Diretor-Presidente da CBD, bem como da ALAD – Associação Latino-Americana de Dragagem, que englobava também os EUA e países europeus.
    Quando Figueiredo assumiu, em 1979, meu pai foi reconduzido. Foram ao todo 11 anos nesse cargo.
    A trajetótria de meu pai n CBD / ALAD, que acompanhei de perto, foi belíssima. Obras vultosas, por todo o mundo, que só engrandeceram o Brasil. Ele era idolatrado pelas empresas privadas de dragagem, porque repartia com elas todas as obras, em pool, pois a CBD era muito grande e poderosa (tinha até mergulhadores de combate para fazer derrocamento, e uma frota de causar inveja à MB), e dominava o mercado. Se não repartisse, os pequenos particulares quebrariam. Perguntem hoje à Bandeirantes Dragagem - Dr Ricardo - quem era o Dr Juarez, da CBD...
    Em 1985, Sarney assumiu e mandou um advogado substituir meu pai – que estava se aposentando - na CBD. Primeira pergunta dele a meu pai – “o que é dragagem”? Hehehehe... Ele estava lá apenas por ser do PMDB...
    Em 1990 Collor extinguiu a Portobras e, por extensão, a CBD. O patrimônio desta, que era imenso, foi partilhado entre várias empresas, principalmente a Docas do Rio.
    O grande problema – o litoral brasileiro é muito assoreado,a necessidade de dragagem é uma constante, a CBD era importantíssima. Daí voltarem a propor
    a criação de _*uma empresa sem fins lucrativos, com a participação do poder público e da iniciativa privada"*_. Para realizar _*"serviços de dragagem, balizamento e sinalização". A História se repete... Isso foi o que Castello fez em 1967...
    É impressionante como, no Brasil sem memória, tudo se repete.... destrói-se algo positivo, que dera certo, a pretexto de "modernização" (???!!!) e, mais tarde, tenta-se reinventar a roda...
    Fico ao seu dispor para novas trocas de ideias. Atenciosamente
    CMG (Refº - FN) Gil Cordeiro Dias Ferreira
    Diretor do Depto Cultural do Clube Naval
    Av. Rio Branco, 180, 5º andar
    Centro – Rio de Janeiro / RJ
    CEP: 20040-003
    Tel: (21) 2112-2418 / 2262-1873
    Resid: (21) 2234-0870 / 99955-7675
    diretor-cultural@clubenaval.org.br
    gil.ferreira@globo.com

  • C
    denuncie

    Cleci Leão

    22/06/2016 11:59

    Impressionante mesmo a falta de visão de nosso país... Ainda batalhamos por obras que Dom Pedro II idealizou!