Portaria da CPSP determina redução de calado pela BTP

Indignado, diretor-presidente diz que medida “pode causar um grande prejuízo para o Porto de Santos”

Uma portaria da CPSP (Capitania dos Portos de São Paulo) determinou que a BTP (Brasil Terminal Portuário) reduza o calado dos navios na área de manobras para atracação das embarcações.

Pelo documento, assinado pelo capitão dos Portos de São Paulo, Alberto José Pinheiro de Carvalho, só poderão fazer manobras para atracar nos berços da BTP navios cujo calado não exceda 11,3 metros na maré baixa e 13,3 metros na maré alta. De acordo com a Capitania dos Portos, a redução aconteceu apenas na área da BTP, não afetando outros terminais.

A diminuição chega a quase 1,8 metro em alguns berços da companhia, que fica na região da Alemoa. De acordo com a tabela operacional de calados em berços e canal do Porto de Santos, do último dia 18 de abril, o calado máximo deste trecho era 13,2 metros em maré baixa e 14,2 metros em maré alta. Em um dos berços, essa medida podia chegar a 14,1 e 14,4 metros.

“É uma total falta de planejamento. É inadmissível que o porto fique sem esse serviço. É prova de ineficiência”.  O diretor-presidente da BTP, Antonio Passaro, disse estar indignado com a medida. “Recebemos essa notícia com grande revolta. Isso pode causar um grande prejuízo para o Porto de Santos”, aponta, ressaltando ter navios cada vez mais cheios vindo para o complexo. “E o mercado está voltando a ficar aquecido, mas temos que ver se essas embarcações vão poder entrar aqui”.

O executivo acredita que muitos navios vão ter que esperar ou cancelar a escala no porto, o que segundo ele, será um prejuízo muito grande para importadores e exportadores. “Neste fim de semana, temos navios que vem para entrar e vão ficar à espera da maré. E tempo parado neste setor é dinheiro perdido”, sentencia.

Passaro aponta como o principal fator da redução da profundidade da área a falta de dragagem do canal de navegação. “É uma total falta de planejamento. É inadmissível que o porto fique sem esse serviço. É prova de ineficiência”, desabafa o executivo.

Por meio de nota, a Docas informou que, como não recebeu a portaria, “não efetuou qualquer alteração no calado constante na tabela vigente” e, caso receba “qualquer alteração nesse sentido tomará as providências cabíveis”.

Quanto à dragagem, a Codesp afirma que “vem realizando o programa de dragagem dos berços segundo cronograma de prioridades estabelecido em conjunto com Sindicato dos Sopesp (Operadores Portuários do Estado de São Paulo), que vem sendo cumprida dentro do cronograma e é revista e atualizada semanalmente”.

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