Portos baianos têm posição estratégica

Diretor da Usuport apresenta dados da logística mundial e aproveita para lembrar aos participantes da Intermodal as vantagens geográficas dos portos de Salvador e Aratu

Em palestra realizada durante a conferência Intermodal, o diretor executivo da Usuport (Associação dos Usuários dos Portos da Bahia), Paulo Roberto Villa, ressaltou a importância do estado baiano como ponto estratégico para a logística brasileira, lançando aos participantes uma proposta de aumentar a quantidade de terminais da região nordeste. “Com 28% da população brasileira e 14% do PIB, o Nordeste tem apenas quatro terminais, uma quantidade incompatível. Enquanto não se aumentarem os esforços para desenvolver a logística na região, ela vai continuar sendo uma região pobre”, afirmou o diretor da Usuport.

Embora a frase soe como um trocadilho, Villa levanta a bandeira dos portos baianos de Salvador e Aratu por estarem na maior baía do atlântico sul, “com águas que se renovam duas vezes por dia e um bom calado, que dispensa obras de dragagem além daquelas corriqueiras para manutenção. “Afinal, já se vão 30 anos que falamos em dragagem nos portos e o assunto nunca se resolve”, levanta Paulo Villa.

As estatísticas gerais de logística mundial apresentadas em sua palestra sugerem a necessidade de fazer o Brasil aumentar as cargas de longo curso em 50%, passando o volume movimentado de 80 para 120 milhões de toneladas nos próximos dez anos, com facilidades portuárias e apoios logísticos.

Para baixar custos e posicionar melhor o país no comércio mundial, ele afirmou que a cabotagem precisa crescer, em 10 anos, praticamente mil por cento, passando de 10 para 100 milhões de toneladas – “e estamos atrasados, uma vez que o mercado já existe”.

Hoje em dia, 200 milhões de toneladas circulam nas rodovias brasileiras, com altos custos, impacto ambiental, problemas de segurança e de infraestrutura. “Se metade dessa quantidade, ou – sejamos modestos –, um quarto dela saísse das estradas, isso já impulsionaria a cabotagem, com diminuição do impacto ambiental, aumento da eficiência logística e preços reduzidos. A carga vai onde tem infraestrutura”, concluiu Paulo Villa.

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