Investidores veem Brasil com bons olhos
Em discurso, presidente Temer afirmou que o governo deve ampliar o escopo de parcerias para investimentos privados
A Amcham (Câmara Americana de Comércio) promoveu ontem, (21/09) em colaboração com o COA (Council of The Americas), um almoço em Nova York com o presidente Michel Temer e investidores estrangeiros para apresentar o novo plano de concessões de obras de infraestrutura em curso no Brasil (Leia no Guia) e as ações do governo para dar garantias de investimento. A expectativa do governo é arrecadar R$ 24 bilhões com as parcerias.
Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração da Amcham Brasil, que esteve no evento, avalia que os investidores tiveram uma impressão positiva sobre o Brasil após o discurso do presidente. “As mudanças foram muito bem vistas pelos investidores. Existe preocupação sobre as regras, mas o governo foi muito claro dizendo que elas vão ser respeitadas e vai existir amparo legal para investir”, afirmou o executivo.
Na visão dos empresários brasileiros, o sucesso do Programa de Concessões anunciado pelo Governo dependerá da velocidade na recuperação da imagem e credibilidade do País no cenário interno e externo. Segundo Magalhães, os investidores estão olhando para todos segmentos e todos são interessantes para o mercado americano. De acordo com o executivo, que também é CEO do Citi Brasil, a preocupação maior é ver a economia brasileira em outro nível de desempenho, para que a taxa de juros fique mais baixa. E destaca que em seu discurso, Temer afirmou que o governo deve ampliar o escopo de parcerias para investimentos privados.
"Queremos que os senhores participem desse momento do Brasil. Além dos 34 setores na área de concessão, outros tantos serão abertos à iniciativa privada, não só a nacional, mas também à estrangeira", disse o presidente, que ainda destacou a estabilidade política atual e as boas relações com o Congresso.
“Com isso, o governo vai dar prioridade à segurança jurídica dos contratos, controle dos gastos e reforma trabalhista”, mencionando a proposta de limitação dos gastos públicos à arrecadação obtida, que está sendo processada no Congresso “com rapidez”. “Pela manhã, recebi o telefonema de três líderes partidários que vão fechar questão para aprovar a proposta. Temos apoio significativo no congresso”, detalhou Temer.
De acordo com pesquisa da Amcham realizada com 160 diretores e presidentes de empresas, o fim do processo de impeachment representou a retomada dos investimentos e ações comerciais no Brasil em curto prazo. A maioria das companhias (61%) retomaram os investimentos, sendo que 35% delas farão aportes financeiros no País até dezembro de 2016. (Leia no Guia)
Em relação à reforma tributária, Temer disse que a proposta deve permitir que as negociações entre empresas e funcionários sejam validadas. “É preciso que se permita que as convenções coletivas façam prevalecer o acordado entre empregadores e trabalhadores. O objetivo é gerar estabilidade social”.

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