MSF apoia serviços médicos de Beirute após explosão

Em 4 de Agosto, uma poderosa explosão ocorreu na região dos armazéns portuários perto da área central de Beirute, no Líbano, depois que material altamente inflamável que estava armazenado no local explodiu. Mais de cem pessoas morreram e aproximadamente 5 mil ficaram feridas. Dois dias depois do incidente, o número de mortos continua aumentando, enquanto corpos ainda são encontrados sob os escombros. O estrondo gerou ondas sísmicas que chacoalharam o chão, quebraram vidros e destruíram edifícios da capital libanesa. Foi a explosão mais intensa ocorrida em muitos anos em Beirute, cidade já abalada por uma grave crise econômica e pelo impacto da pandemia da COVID-19.

“A situação no Líbano já era critica antes da explosão”, explica Emmanuel Massart, coordenador de operações da organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras. “O número de casos de COVID -19 estava em alta nas últimas semanas e alguns hospitais começavam a ficar sobrecarregados com a gestão destes pacientes. Cada vez mais pessoas também enfrentavam dificuldades para acessar os serviços de saúde devido à crise econômica. Em apenas alguns segundos, a explosão transformou o que já era uma situação muito difícil em caos.”

Nas horas seguintes à explosão, de acordo com o Ministério da Saúde, milhares de feridos procuraram os hospitais que ainda estavam funcionando. A maioria das instalações ficou rapidamente sobrecarregada com o fluxo de pacientes e começou a sofrer com escassez de suprimentos. Outras instalações de saúde próximas ao porto foram completamente destruídas e algumas foram tão danificadas que tiveram de fechar e transferir todos os pacientes a outras unidades. O tratamento de casos críticos e graves - como ferimentos na cabeça e no tórax - foi priorizado por hospitais e serviços de ambulância na primeira noite após o incidente. Desde então, milhares de outros pacientes têm sido tratados para ferimentos menos graves, como lesões causadas por estilhaços de vidros.

“Alguns de nossos colegas foram espontaneamente aos locais de atendimento para ver como poderiam dar uma mão aos médicos que estavam lidando com a emergência”, explica Jonathan Whittall, coordenador de emergência de MSF em Beirute. “Imediatamente após o incidente, nós também doamos kits de primeiros socorros para curativos à Defesa Civil”.

Desde então, MSF tem organizado doações adicionais de suprimentos médicos para apoiar os profissionais que estão atendendo ao grande número de feridos e está avaliando a possibilidade de montar uma equipe móvel para dar apoio aos serviços médicos e da sociedade civil que estão oferecendo auxílio às pessoas afetadas pela tragédia. Ainda há um número muito grande de pessoas com ferimentos superficiais que não conseguiu ter acesso a cuidados médicos.

As equipes de MSF continuam monitorando a situação em hospitais e serviços de emergência e estão buscando oportunidades para oferecer apoio ao sistema de saúde libanês em colaboração com o Ministério da Saúde Pública e outras instituições ligadas à saúde. A organização também está atenta às necessidades de comunidades que vivem em áreas negligenciadas de Beirute. Adicionalmente, os cuidados de saúde mental são uma peça importante da ação de MSF no Líbano, e nossas equipes estão sendo equipadas para fornecer apoio psicológico àqueles que necessitem. O hospital de MSF em Bar Elias, no vale do Beqaa, também está sendo preparado caso seja necessário acolher pacientes que precisem de apoio pós-operatório.

“Continuamos buscando maneiras adicionais de ajudar o povo libanês a se recuperar desta tragédia”, observou Whittall.

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