Amazon e a agressiva corretagem digital de fretes. O que isso tem a ver com o futuro dos seus negócios?
A Amazon continua inovando para se tornar líder de mercado. Na semana passada, a empresa anunciou um serviço de corretagem digital de frete nos Estados Unidos. A novidade deve causar dor de cabeça nos concorrentes. Isso porque, segundo relatos, o valor do frete inicial para lojistas está sendo oferecido com reduções de até 33% sobre os valores repostados no tradicional índice de fretes rodoviários coletados pela DAT, empresa que monitora os valores de fretes rodoviários reais nos Estados Unidos.
A Amazon entrou nesse mercado para valer. Um dos seus principais centros de custo foi transformado em uma enorme oportunidade comercial. Porém, diferentemente dos que já estavam no mercado partiu para o ganho de Market Share acelerado oferecendo redução de fretes em até 30%, ao mesmo estilo da Uber em seu início.
Segundo especialistas do mercado, um dos objetivos da empresa, que já intermedia um grande volume de fretes, era se de proteger da variação dos preços das entregas. Amazon, tradicional contratante de fretes para terceiros decidiu desentermediar as negociações conseguindo não somente reduzir os seus próprios custos como, principalmente, transformar um importante custo em uma enorme oportunidade de ganhos.
Com essa nova plataforma, a Amazon tem dupla vantagem. Resolve o crescimento de 20%, somente nesse último trimestre, de um dos seus principais custos e chega mais próximo do lucro na sua proposta de oferecer todas as entregas em apenas um dia. No ano passado, consumiu US$ 87.6 bilhões de dólares só em fretes. De sobra, ainda cria um negócio com potencial de lucros anuais estimados em US$ 10 biliões.
Dada as últimas movimentações do mercado, podemos observar que as plataformas de corretagem digitais de fretes têm o grande potencial de reduzir custos, dar mais agilidade e contribuir para as metas de diminuição da pegada de carbono.
Estima-se que até 40% do tempo de viagem é consumido em frete morto, que são as somas dos tempos sem carga útil com viagem de coleta e de retorno vazio. O ajuste pode ser viabilizado através de algoritmos e Machine Learning com enorme potencial de melhorar essa equação e contribuir para maiores lucros.
“O mercado se apresenta promissor.”
Uma das maiores corretoras de fretes tradicionais, a C.H. Robinson detém apenas 3% do mercado. Há muito espaço para as plataformas digitais.
Capitalizar-se para tentar liderar esse mercado através do Uber Freight é um dos principais motivadores do próximo IPO (initial public offering) da Uber Technologies, que está previsto para acontecer na próxima sexta-feira. A estreia é a maior oferta pública de ações dos Estados Unidos desde 2014, por isso tão aguardada.
Só em 2018, várias startups receberam investimentos milionários para a implantação de plataformas de corretagem digital de fretes, segundo a Revista Forbes:
• U$ 1.9 bilhões na Manbang Group, China;
• U$ 185 milhões na Convoy, USA;
• U$ 60 milhões na CargoX, Brasil;
• U$ 27 milhões na Balckbuck, India.
Essa ruptura de paradigmas do mercado de logística, por um lado, faz cair por terra as tentativas de tabelamento do frete. A lei do mercado é que regerá essa relação. Como consequência, haverá uma grande mudança no Supply Chain e na distribuição com uma troca de papéis através de maior terceirização da cadeia, que definirá a liderança na competitividade em qualquer ramo da economia.
Para conhecer essa revolução na logística conectada 4.0 principalmente na indústria farmacêutica e de cosméticos confira o que acontecerá na Logitech Science 2019.
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