Ferrovias com tudo

Transporte de grãos por ferrovia cresce 25% nos últimos anos e modal aos poucos vai ganhando mais espaço

Quem acompanha o Guia Marítimo News tem visto que as ferrovias estão com tudo. Só essa semana o Guia noticiou a conclusão das obras pela VLI de modernização no Estaleiro de Soldas de Trilhos de Pedro Leopoldo, MG, que vão permitir a produção de trilhos 10% mais longos do que a produção atual. Além disso também noticiamos sobre o incremento no transporte de containers pela MRS, acima de 60%. 

Tudo isso mostra que o transporte de cargas por ferrovias está crescendo cada vez mais nos últimos anos, uma média de 25%. Nesse sentido, as obras de infraestrutura realizadas também tem tido papel fundamental nesse processo. Um exemplo disso é o transporte de soja de Mato Grosso até o Porto de Santos (SP), que vem ganhando espaço e já responde pela maior parte da soja que vai do estado para o complexo, mais de 50% da produção.

Inaugurado há pouco menos de três anos, o Terminal Ferroviário de Rondonópolis fica movimentado nesta época. Mais de mil caminhões carregados passam diariamente por lá e trazem uma produção que levanta poeira nos tombadores e que, em seguida, vai parar dentro dos vagões. O embarque é feito em duas linhas simultaneamente, que trabalham em ritmo acelerado. Juntas elas dão conta de encher, em média, 33 vagões por hora, cada um deles com 85 toneladas de soja.

Apesar de ter tomado grande espaço nos últimos anos, o caminhão ainda tem papel importante nesse transporte, já que movimenta pelo menos metade dessa soja. “A dificuldade maior de produtores que vêm com a ferrovia é que você tem dois tombos com mercadoria, tem que carregar com o caminhão e tem que levar até a ferrovia para traslado por trem e então levar para o porto. Isso encarece um pouco”, explica Helvio Fiedler, diretor-executivo da Coabra (Cooperativa Agroindustrial do Centro Oeste).

O Terminal Ferroviário de Rondonópolis registra filas enormes para embarque, isso já explica o motivo do trabalho constante. “Saem por dia deste terminal sete composições com 80 vagões. Então nós estamos falando em um volume aproximado de quase um navio por dia que sai de grãos aqui dos nossos terminais de Mato Grosso e vão para Santos”, conta Fabrício Degani, diretor de portos e terminais da Rumo/All.

Degani comenta ainda que nesse primeiro trimestre do ano já foram pouco mais de 3 milhões e meio de toneladas se comparado com o primeiro trimestre do ano passado. “A gente tem 1 milhão, 1,2 milhão de toneladas mais”, completou.

Sem revelar o valor do frete, a concessionaria afirma que é mais barato que o rodoviário, hoje R$ 240 por tonelada entre Rondonópolis e Santos. “Em torno de 90% do volume que segue para exportação pelo Porto de Santos chega até lá pela ferrovia”, afirma o gerente, destacando ainda as vantagens do transporte por trem. “Sem dúvida ele faz diferença porque commodity você tem que ganhar performance. Quando você tem plena capacidade de performance. Ele se traduz automaticamente no bolso”.

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