Indústria e varejo refletem na pior retração do ano

Índice de Atividade do BC tomba 0,91% na margem em ago/16, em linha com os resultados ruins da indústria e varejo

O indicador de atividade do Banco Central (IBC-BR), tido como proxy do PIB brasileiro, recuou 0,91%, na última divulgação referente a ago/16, na comparação mensal com ajustes sazonais, após recuar em jul/16 (-0,19%), resultando na maior retração deste ano neste modo de comparação. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador apresentou retração de 2,72%, configurando um recuo inferior ao mês anterior (de -5,19%).


O resultado foi menos intenso do que projetávamos, visto que os modelos da Parallaxis apontavam para intenso recuo em agosto (-2,17% m/m e -3,91%), porém o sentido estava correto e de fato na margem houve uma piora, mesmo que não de maneira tão abrupta, ocasionado pelo resultado ruim da indústria e do varejo em ago/16. Novamente, destacamos este resultado confirma que a atividade econômica se recuperará muito lentamente. Os dados agora apontam para contração no PIB do terceiro trimestre, tal como havíamos dito no mês anterior. Em tempo, destacamos que nosso cenário base prevê que a recuperação se dará de maneira mais lenta e gradual, até que o ciclo de desalavancagem do setor privado tenha se encerrado e os rendimentos dos trabalhadores deixem de recuar.


Em 12 meses encerrados em ago/16, o indicador acumulou queda de 5,48%, recuperando marginalmente ante o mês anterior, de -5,65%. Nos oito primeiros meses, de jan/16 a ago/16, a queda ante o mesmo período de 2015 foi de 5,0%.

Reafirmamos que o viés que persiste é de que a atividade continue recuando num ritmo cada vez menos intenso, por vezes com resultado marginalmente positivo e sem apontar grande tendência de recuperação.

Ainda que a recuperação se dê de forma bastante lenta, observamos a possibilidade do PIB apresentar algum crescimento já no primeiro tri de 2017. Para 2016, nossa expectativa de retração do PIB segue em -3,4%. Já para 2017, esperamos que o PIB avance 1,1%.

Em tempo, destacamos que apesar do aumento dos indicadores de confiança, o que determina a realização do investimento, além da taxa de juros, é o retorno do capital frente a demanda agregada futura, idealizada no momento de realização dos investimentos. E atualmente, a tendência é que a renda dos trabalhadores siga declinando e contraindo demanda, ao passo que o crédito siga restritivo, sendo este os fatores que “seguram” uma retomada mais intensa da atividade.

Adicionalmente seguimos monitorando o câmbio, que se seguir um ciclo de revalorização, poderá abortar o processo de retomada, e já surgem indícios apontando na direção de uma relativa piora da lucratividade dos setores ligados a exportação. Por último, mas não menos importante, a taxa de juros real precisa recuar de maneira mais intensa, não permitindo que a política monetária siga tão contracionista, de modo que possibilite a retomada dos investimentos de maneira mais ampla e permita a desalavancagem do setor privado. Tal processo de desalavancagem ainda não se concluiu e o crédito caro e altamente restritivo tem contribuído para que esse processo se estenda por mais tempo.

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