Norcoast nasce com foco na sustentabilidade

A Norcoast, empresa criada para atuar no setor de navegação costeira no Brasil, já nasce com foco na questão ambiental. Mesmo que a cabotagem já seja mais sustentável, já que, segundo o Observatório do Clima, emite quatro vezes menos gases de efeito estufa se comparado aos demais modais de transporte, a questão da descarbonização já recebe atenção no negócio.

“É preciso ter uma alternativa sustentável para escoar toda a produção brasileira e a cabotagem é a saída mais natural. O setor produtivo nacional está atento a essas vantagens, que geram impacto não só para as próprias empresas, mas também para as comunidades locais, o meio ambiente e a sociedade em geral,” ressalta o CEO da Norcoast, Gustavo Paschoa.

O executivo explica que a empresa também utiliza combustível com baixo teor de enxofre e já verifica a possibilidade de fazer a conversão do motor para uso energias mais sustentáveis, como hidrogênio verde, amônia e metanol verde. “Porém, isso ainda é um desafio tecnológico e há um esforço de todo o setor de navegação mundial para essa conquista tecnológica”, declara o executivo.

Novo player no setor de navegação costeira, que não recebia um novo entrante há 20 anos, a Norcoast conta com quatro navios de 3.500 TEU (com cerca de oito anos), que foram afretados por cinco anos. Segundo o executivo, as embarcações já começaram a fazer as primeiras viagens com operações de frequência semanal nos portos de Paranaguá (PR), Santos (SP), Suape (PE), Pecém (CE) e Manaus (AM).

“Na subida para o Nordeste, o serviço não para em Santos. Por isso, de Paranaguá para Suape são apenas quatro dias e de Santos para o mesmo porto pernambucano são sete dias”, explica o executivo, ao informar que as operações são multimodais, já que envolvem transporte rodoviário e ferroviário”, explica o CEO, ao informar que os caminhões dos parceiros já contam com motor EURO 5 e futuramente devem ser eletrificados.

A chegada da empresa, cujas sócias são Hapag-Lloyd e Norsul, é motivada pelo desenvolvimento do setor. Paschoa lembra que nos últimos 10 anos a navegação costeira cresceu em média 11% ao ano, com ritmo superior à alta do PIB. “Segundo um estudo do Instituto Ilos, organização especializada em logística e supply chain, para cada 10 contêineres transportados, 4,7 poderiam adotar a cabotagem, bastando a integração com os outros modais. “Isso significa um grande espaço para o mercado e o que explica os primeiros resultados. A empresa acaba de iniciar as atividades e já conta com mais de 200 contratos assinados”, exemplifica Paschoa.

Segundo o executivo, os clientes estão buscando modais alternativos, mas o ESG (Environmental, Social and Governance) também deveria contar com mais “E” para economics, o que envolve investimentos em novas tecnologias, implicando no custo da transição. “Porém, ainda há resistência de embarcadores em pagar mais caro”, explica.



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