Portos RS e DockTech celebram contrato inédito de uso de tecnologia, utilizando os rebocadores da Wilson Sons

Em 13 de setembro, foi assinado o primeiro contrato comercial de uma autoridade portuária, a Portos RS, responsável pela administração dos portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, com uma startup, que desenvolve tecnologias inovadoras de monitoramento em tempo real das profundidades do leito marítimo, com o objetivo de aumentar a eficiência e a segurança das operações marítimas e portuárias.

A DockTech, por meio da tecnologia de gêmeos digitais e análise massiva de dados, desenvolveu uma solução que utiliza as medições de profundidade coletadas por rebocadores e embarcações de apoio portuário para criar uma representação virtual do leito marinho dos portos e vias de navegação. Desta forma, a solução permite acompanhar em tempo real a profundidade dos canais e entender como o padrão de assoreamento dos portos pode afetar a segurança da navegação e o transporte de cargas.

Após dois anos de colaboração, testes e coleta de dados, o sistema monitora o leito marítimo e hidroviário das vias de navegação dos complexos portuários administrados pela Portos RS, por meio dos rebocadores da Wilson Sons e outras embarcações que operam na região. Foram instalados dispositivos nas embarcações, envolvendo a integração da solução tecnológica com sensores de maré e dados AIS (Automatic Identification System), além de toda a configuração de marés, zoneamento e demarcações no sistema.

O sistema da DockTech contratado pela Portos RS utiliza-se de dispositivos instalados em embarcações locais para obtenção das informações relacionadas às condições de profundidade ao longo do canal de navegação. A autoridade portuária ressalta que o controle e acompanhamento dos assoreamentos dos canais de navegação possibilitará que as equipes técnicas obtenham informações de forma mais ágil e precisa. Segundo a Portos RS, com a ferramenta será possível fazer intervenções pontuais, onde os assoreamentos são mais graves, gerando grande economia com os custos dessas obras.

“A contratação da Portos RS é um marco nas nossas atividades no País. A tecnologia da DockTech aplicada no Brasil, assim como em outros países, mostra que nossa solução contribui com a gestão diária das operações portuárias. Nosso propósito é, com o uso da tecnologia, evitar custos desnecessários por meio de um planejamento mais assertivo das dragagens e do comportamento do leito marítimo, permitindo também que mais carga seja embarcada nos navios com ainda mais segurança”, afirmou o CEO e fundador da DockTech, Uri Yoselevich.

“A tecnologia desenvolvida pela DockTech é capaz de coletar dados em tempo real, 24 horas por dia, mapeando as variações no leito marítimo. Com o sistema da startup, a Portos RS terá visibilidade das condições de profundidade das hidrovias sob sua jurisdição, antecipando ocorrências de assoreamento e restrições de calado dos navios. O uso da tecnologia promoverá mais eficiência e segurança para as operações portuárias”, destaca Eduardo Valença, diretor de transformação digital da Wilson Sons.

Atualmente, a Portos RS é responsável pela administração de mais de 754 quilômetros de vias navegáveis dos portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. Em 2022, no total foram quase 40 milhões de toneladas de cargas movimentadas nesses portos.

“A solução da DockTech fornecerá uma maior visibilidade das condições de fundo das hidrovias da região, ajudando nossas equipes de operações e dragagem a tomar decisões baseadas em dados para aprimorar a segurança, a sustentabilidade e a eficiência. Este é um passo importante da Portos RS no caminho da inovação e digitalização”, ressaltou Cristiano Klinger, presidente da Portos RS.

Em dezembro de 2021, a Wilson Sons e a DockTech assinaram um importante acordo para o desenvolvimento da tecnologia. Trata-se do acordo de cooperação técnica assinado com a Autoridade Portuária de Santos (APS), um marco para aperfeiçoamento e uso da tecnologia no Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina. De lá para cá, além da Portos RS e APS, a startup vem provando o valor de sua solução, com cartas de intenção assinadas, desenvolvendo as aplicações em diversos outros portos brasileiros, como com SCPar - Porto de Imbituba, SCpar - São Francisco do Sul e APPA - Porto de Paranaguá.



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