ABOL cria grupo de trabalho ESG que trata sobre a transição energética

Colocar todos os afiliados na mesma página para tratar sobre transição energética foi o desafio encontrado pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL). Para isso, a entidade criou um grupo de trabalho para cuidar de questões de ESG, incluindo a descarbonização.

Segundo a diretora-presidente da ABOL, Marcella Cunha, o próximo passo é passar a ter um inventário do grupo para contabilizar as emissões de gases do efeito estufa geradas pelas 32 operadoras logísticas afiliadas à entidade. “O material será uma referência para que as empresas saibam onde estão e as medidas a serem tomadas para mitigar os impactos gerados pelas suas operações”, declara a executiva. A temática foi abordada no painel "Descarbonização do transporte e sua responsabilidade na cadeia logística", durante o 2° Interlog Summit, congresso realizado dentro da Intermodal 2024, ocorrido de 05 a 07 de março, em São Paulo.

"Temos feito um trabalho de conscientização por meio desse Grupo para que os Operadores saibam a sua responsabilidade enquanto empresa e ser humano. E temos observado que nesse início de jornada, eles estão topando o risco, testando tecnologia ao seu próprio custo, isso tem sido encorajador para empresas menores", mencionou Marcella.

Descarbonização e legislação

A executiva apresentou dados obtidos na semana do evento de uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo ESG sobre as fontes de energia renovável que as associadas estão apostando e ordem de adesão é a seguinte: energia elétrica; biometano; GNV; etanol; GNL; HVO e hidrogênio verde. “Percebemos que não tem uma solução que sirva para todos”.

"Estimulamos os operadores logísticos para que possam enxergar a melhor opção e oferecer ao seu cliente. O nosso conselho é 'não tenham medo de começar a investir, sejam parte ativa' e também vetores dessa mudança cultural dos colaboradores", disse a diretora da ABOL. 

Marcella também falou que está tramitando no Congresso Nacional do Projeto de Lei 2148/2015, que normatiza o mercado de carbono no Brasil e cria de um sistema de compensação para aqueles que ultrapassarem as cotas. Empresas com emissões acima de 10 mil toneladas de CO2 por ano precisarão relatar os seus dados para o órgão gestor. Para as que emitem mais de 25 mil toneladas da substância química, além de informar o quem tem feito em relação a conciliação periódica de obrigações.

“A expectativa é que o PL seja aprovado ainda neste ano, o que implicará em uma reformulação total das empresas, especialmente na área de contabilidade. As companhias terão obrigações, mas a mudança também pode ser fonte de renda até para pessoas físicas. São seis anos para o mercado estar estabelecido, ou seja, em 2030”, conclui a executiva.



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