TAG fará estudos para desenvolvimento de gasoduto para o Açu

A Transportadora Associada de Gás -TAG e a Gás Natural Açu (GNA) assinaram termo de compromisso para o desenvolvimento de estudos técnicos e de viabilidade do Gasoduto Goytacazes (Gasog). O projeto visa a integração logística do Parque Termelétrico do Porto do Açu, considerado o maior da América Latina, à rede de transporte de gás natural da TAG. A conclusão dos estudos está prevista para o primeiro semestre de 2023. Além do gasoduto de transporte, com 45 km de extensão, os estudos envolvem toda a infraestrutura de conexão de acesso, necessária para ligar o parque – que inclui um terminal de regaseificação de GNL e duas termelétricas – ao Gasoduto Cabiúnas-Vitória (GASCAV), da TAG.

O conceito do estudo é de um gasoduto bidirecional e projetado para receber da Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (FSRU, na sigla em inglês), atracada ao Terminal de GNL, até 10 MMm³/d de gás natural e entregar ao Parque Termelétrico e ao Complexo Industrial Portuário até 12 MMm³/d, com capacidade para futuras expansões até 18 MMm³/d. Se implementado, este gasoduto poderá favorecer o desenvolvimento de indústrias no Norte do estado. A assinatura deste acordo permite à TAG iniciar os estudos técnicos e de viabilidade, para submeter o projeto à análise e aprovação da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

“Este projeto representa um importante avanço no processo de abertura e expansão do mercado de gás natural no Brasil, conectando uma nova fonte de abastecimento (Terminal de GNL da GNA) e de consumo (usinas termelétricas e potenciais indústrias) à rede da TAG, trazendo mais liquidez, flexibilidade e competitividade ao mercado de gás e segurança de suprimento ao setor elétrico.” disse, Gustavo Labanca, diretor-presidente da TAG.

“A potencial conexão de nosso projeto à malha de gasodutos nacional possibilitará a criação de novas oportunidades de negócios a partir do gás natural e a consolidação de nosso Hub de Gás e Energia no Porto do Açu. Em caso de evolução após a conclusão dos estudos, o projeto representará um marco para a industrialização da região Norte do Estado do Rio, atraindo novos investimentos e fomentando a geração de empregos.” destacou, Bernardo Perseke, CEO da GNA.

Oportunidades para a indústria sucroalcooleira - A gerente Comercial da TAG, Luisa Franca, afirma que, se aprovado, o Gasog criará novas oportunidades de investimento no Norte do Estado do Rio, onde há grande concentração da indústria sucroalcooleira – o Porto do Açu fica em São João da Barra. Eventualmente, uma usina que produza biogás e biometano pode aproveitar a proximidade com o trajeto do novo duto e injetar o gás no sistema interligado. A estrutura preparada para injetar o GNL regaseificado na rede da TAG caso haja demanda por esse gás, também permitirá que as térmicas da GNA utilizem gás nacional conectado à rede de transporte integrada.

A opção entre diferentes fontes de gás natural é crucial para consumidores, como a GNA, seja pela competição por melhor preço do gás como pelos aspectos de flexibilidade e segurança de suprimento. A gerente da TAG explica que a molécula está com preço muito elevado no mercado internacional, em grande parte devido ao conflito na Ucrânia.

“O preço do gás internacionalmente está muito alto, enquanto contratos com gás doméstico têm se mostrado mais econômicos. O novo gasoduto criará uma oportunidade para os consumidores de gás localizados no Porto do Açu, como para as termelétricas quando chamadas a despachar para atendimento ao sistema elétrico. Alternativamente a importar o gás, poderiam buscar um supridor de gás nacional.” comentou Luisa Franca, gerente Comercial da TAG.

Luisa também destaca que o Gasog é mais uma obra de infraestrutura importante para o país, depois de muito tempo sem construir novos gasodutos. Ele permitirá a importação do GNL para atendimento ao mercado de gás brasileiro quando necessário, a depender da flutuação de preços. Então, no longo prazo, ter mais uma conexão de fonte de suprimento existente de gás natural conectado à rede gera competição e, em consequência, redução de preço.

A GNA também firmou acordo com a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para realizar estudos para o projeto de interligação do parque a sua malha de gasodutos. No caso da NTS, a opção estudada é de um gasoduto de 105 km, o Gasinf.

Segundo entrevista à agência de notícias EPBR, o presidente da GNA, Bernardo Perseke, afirmou que a ideia é definir a melhor rota em 2023 e, então, assinar um contrato para conectar o terminal de GNL à rede nacional de transporte. O cronograma ainda depende da conclusão dos estudos, mas ele acredita que, até 2025, o Açu esteja conectado, com acesso ao gás natural nacional.

Ainda segundo a EPBR, Perseke acrescentou que, a longo prazo, os projetos não são excludentes. As tarifas de cada projeto, os prazos de construção dos gasodutos, o interesse de outros usuários na infraestrutura e a origem do gás disponível para o Açu contribuirão para determinar a rota mais adequada.


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