Como diferenças entre os países da América Latina impactam o segmento de logística

Carga tributária, cultura, idioma, aceitação de tecnologia e infraestrutura rodoviária são alguns dos fatores que variam muito, mesmo em países próximos

Apesar de muitas semelhanças, os países da América Latina apresentam diversas particularidades estruturais e culturais, que impactam os negócios de empresas que atuam na região, em especial no segmento de logística. Para se dar bem se aventurando em mercados além do seu país de origem, é preciso muita pesquisa e, se possível, parcerias locais. A Liftit, plataforma tecnológica de automação e execução de entregas last mile em caminhão e líder na América Latina, nasceu na Colômbia mas já atua em outros países: Brasil, México, Chile e Equador.

"Muito além das dificuldades logísticas, os países apresentam diferenças no que tange carga tributária, idioma, legislação e tecnologia. Para cada país de expansão, um dos principais pontos é ter profissionais locais, que sejam especializados no mercado daquele país", pontua Susana Arévalo, Country Manager da Liftit no Brasil.

Veja as principais diferenças pontuadas pela executiva em cada um dos países.

Brasil: o país é muito diferente do demais países da América Latina, em primeiro lugar pelo idioma e pela cultura. Do ponto de vista de negócios, a questão tributária requer conhecimentos extras. Alguns impostos do Brasil, como o cobrado sobre o faturamento não existe da mesma forma em outro países. Assim como a tributação por funcionário contratado também varia bastante. "É preciso fazer muito bem os cálculos e contar com pessoas que conhecem a legislação local. Mas, apesar disso, o Brasil tem um mercado promissor, por isso atrai as empresas de fora", afirma. Na visão da especialista, por aqui é preciso se mover muito rápido para ser competitivo, mas o nível de tecnologia já aplicada na logística também é bem elevado.

Colômbia e Equador: a Colômbia tem um dos custos logísticos mais altos do mundo, principalmente devido à Cordilheira dos Andes, que corta o país. "Chega a ser mais barato enviar um container da Colômbia para a China do que do litoral para o interior do país", afirma Susana. Ela conta ainda que o investimento em tecnologia para transporte de cargas, em termos de otimização e rastreamento, ainda não é muito difundido pelo país, uma vez que os custos de transporte já são considerados muito altos. O Equador tem um cenário bem semelhante com a Colômbia, tanto em termos culturais quanto de infraestrutura.

México: pela proximidade com os Estados Unidos, o México já apresenta mais soluções de tecnologia. No entanto, apenas uma pequena parte delas é desenvolvida dentro do próprio país - oposto do que ocorre no Brasil, por exemplo. Um grande diferencial do México é a presença do transporte ferroviário também, principalmente para o envio de grãos para os Estados Unidos.

Chile: o Chile tem um perfil parecido com o brasileiro, em termos de investimento em ferramentas de produtividade na logística, tanto desenvolvidas no país quanto adquiridas de fora. "É um país mais competitivo, em termos de impostos, e bastante aberto à testar novas ferramentas", finaliza Susana.

*Susana Arévalo é Country Manager da Liftit no Brasil.

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Opinião

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