O transporte de medicamentos no Brasil exige operações logísticas altamente especializadas, em conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Relatório de Gestão de 2024 da Anvisa destaca que, para garantir a eficácia e segurança dos medicamentos, é fundamental o controle rigoroso de temperatura, rastreabilidade e condições adequadas de armazenagem e transporte. A instituição enfatiza que as normas para armazenagem, manuseio e controle de temperatura durante o transporte são essenciais para evitar perdas ou adulterações e garantir que medicamentos cheguem ao destino com qualidade e segurança.

Segundo levantamento de 2023 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), cerca de 67% dos farmacêuticos não receberam treinamento específico sobre o manejo de medicamentos termolábeis, e 21% relataram dificuldades em executar atividades de qualificação e validação desses processos, evidenciando a importância de transportadoras estruturadas e preparadas para operações farmacêuticas.

O Mira Transportes desenvolveu grande expertise no transporte de medicamentos. Clientes dos segmentos farmacêutico, saúde, bem-estar e cosméticos representam, em média, entre 25% e 30% do faturamento da empresa. A transportadora atende ainda alimentos secos, todos com exigências legais e técnicas semelhantes às do setor farmacêutico, garantindo padrões rigorosos de qualidade e segurança.

Para controle de temperatura, a transportadora utiliza equipamentos isotérmicos e semi-isotérmicos, carros refrigerados e semi-refrigerados, além de sistemas de monitoramento e excursão de temperatura em todas as rotas. Jansen de Jesus, diretor comercial do Mira Transportes, explica a importância de um acompanhamento detalhado do transporte farmacêutico. “Hoje conseguimos medir a temperatura exata das mercadorias por rota e quilômetro rodado. Nossa rastreabilidade é ponta a ponta, desde a coleta até a entrega final, com sistemas automatizados, QR codes e leitura ótica”, diz o executivo.

O cuidado no transporte de medicamentos vai muito além da tecnologia e do controle de temperatura. No cenário ideal, o compromisso com a qualidade começa na base da operação, com protocolos rigorosos de higienização dos veículos, manutenção preventiva e renovação constante da frota. Cada etapa deve ser supervisionada para garantir a conformidade das operações com as normas da Anvisa. Esse controle se estende também à capacitação de motoristas e equipes operacionais, com a realização de treinamentos contínuos voltados à manipulação e ao transporte de produtos sensíveis.

O setor farmacêutico cresce de forma linear e constante, impulsionado pelas necessidades da população e por eventos excepcionais, como pandemias. Jansen aponta também a tendência de especialização no setor. O mercado global de logística farmacêutica está projetado para crescer significativamente nos próximos anos. De acordo com um estudo da Straits Research, o mercado de logística farmacêutica deve crescer de US$109,9 bilhões em 2025 para US$215,8 bilhões até 2033, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 8,8% durante o período de previsão.

A capacitação profissional do setor deve ser contínua. Em outubro de 2025, o Mira realizou um fórum interativo para discutir novas Resoluções de Diretoria Colegiada (RDCs) da Anvisa que entrarão em vigor em 2026. “Nosso time participa de treinamentos conduzidos por farmacêuticos e especialistas em qualidade, alinhados às normas da Anvisa e às necessidades dos clientes. Assim garantimos segurança e eficiência operacional”, afirma Jansen.

O processo é longo, e todas as etapas devem ser respeitadas. Para Jansen, garantir a excelência no transporte farmacêutico é uma responsabilidade que começa na origem e se estende até o destino final. “Nosso compromisso é garantir que cada medicamento chegue ao destino com segurança e qualidade, combinando tecnologia avançada, rastreabilidade completa e uma equipe altamente capacitada. É assim que conseguimos atender às exigências do setor e, acima de tudo, proteger vidas”, conclui o diretor.