Internet 4G brasileira ajuda a quem cedo madruga

Boa qualidade das conexões nacionais pode fazer toda a diferença para motoristas autônomos que usam smartphones seguir trabalhando e lucrando

Uma pesquisa realizada pela consultoria OpenSignal confirma o antigo ditado popular: “Deus ajuda quem cedo madruga”. Segundo um levantamento feito pela consultoria OpenSignal em cidades como Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, confirma que a internet nacional tem um funcionamento muito melhor durante a madrugada (0h até às 6h da manhã) do que a noite (de 18h até meia noite).

A pesquisa realizada nas 12 maiores cidades do Brasil aponta como as velocidades médias de upload de 4G costumam cair nas horas mais movimentadas - 18h até meia-noite - com os usuários em Belém experimentando as velocidades de upload 4G mais lentas a 5,8 Mbps, seguidos por Recife a 6,4 Mbps, Manaus a 6,5 Mbps, , Fortaleza a 6,7 Mbps e Salvador a 7,1 Mbps.

Por outro lado, ainda de acordo com a pesquisa, quando as redes estão menos congestionadas - da meia-noite às 6 horas - os usuários desfrutam de velocidades de upload 4G mais rápidas, em média, com Goiânia atingindo a velocidade mais alta de 10,9 Mbps, seguida por Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte a 10 Mbps, 9,6 Mbps, 9,4 Mbps e 9,2 Mbps.

Os dados sobre o comportamento da conexão no país são vistos como fundamentais para decisões estratégicas das operadoras, das empresas e dos usuários. Os caminhoneiros autônomos, por exemplo, estão se reinventando com a adesão à aplicativos digitais desenvolvidos para facilitar o trabalho no transporte de cargas em qualquer região do país e precisam de boas conexões para fazer seus negócios.

A capacidade de fretar os principais insumos e produtos no interior e em grandes cidades é vista como um dom para quem acorda às cinco da manhã e muitas vezes só consegue parar para dormir por volta da meia a noite. Rotina que o jovem Matheus dos Reis Rodrigues, de 25 anos, abraçou ao lado do pai.

“A nossa rotina é de tempo escasso. Antigamente haviam muitas dificuldades em achar as cargas para continuar a faturar no mercado. Era necessário ir até os pontos de carregamento, o que nos fazia perder muito tempo e gerava um cansaço enorme. Agora com os aplicativos de celular é possível encontrar trabalho em qualquer lugar que a gente esteja. Com eles nós descobrimos onde está a carga mais próxima e ainda no destino que nós queremos ir. No Pega Carga, por exemplo, você já faz o contato direto com o embarcador e isso facilita muito a vida”, conta o caminhoneiro.

O comportamento de Matheus retrata uma realidade recente no setor. Os motoristas aderiram às facilidades dos smartphones tanto para se comunicar com a família, consumir entretenimento e, porquê não, ganhar mais. Uma prova desse quadro são as pesquisas “Perfil dos Caminhoneiros da Confederação Nacional do Transporte (CNT)” que registraram um aumento do uso da internet no cotidiano desses profissionais.

Para se ter uma ideia em 2016, segundo o estudo, 64,5% dos autônomos usavam a internet e em 2019 o número de usuários chegou a 86,1%. “Os caminhoneiros estão cada vez mais integrados a comunicação digital por conta do poder do WhatsApp. O aplicativo de mensagens de texto, voz e ligações via internet é a principal fonte de de comunicação deles com suas famílias, colegas de estrada e até mesmo com as empresas transportadoras. As antigas ligações DDD acabam consumindo todo o crédito dos celulares o que faz a comunicação ficar muito cara. O WhatsApp é limitado e muitas operadoras já dão esse serviço de graça. Então sai mais barato usar um bom pacote de dados do que usar o DDD”, explica Bernardo Lage sócio do aplicativo Pega Carga.

O app brasileiro facilita a contratação do serviço de frete por não intermediar as partes (motorista e transportadora) e também evita o leilão reverso do frete. O Pega Carga apenas faz a ponte entre ambos e por meio do compartilhamento de informações gera confiança por expor documentos, e detalhes fundamentais para a contratação rápida e segura de um transporte de alto valor agregado.

“O setor de transporte de cargas brasileiro é um dos mais automatizados não só do país, mas do mundo. Os motivos para essa automatização são a contínua necessidade monitorar a segurança das cargas. E não falamos do ponto de vista físico, mas também contra assaltos. Há também a análise do gerenciamento de risco do principal modal de transporte do Brasil, um país de proporções continentais.” afirma Bernardo.

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Opinião

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