Operações Logísticas e a estratégia de cross docking na exportação

Extraído da Revista digital Guia Marítimo - Setembro 2021

As operações Logísticas são norteadas por habilidades de raciocínio lógico e matemáticos. São diversas análises prévias, estudos de viabilidades, cálculos estatístico e aprimoramento de resultados para o sucesso de um planejamento logístico. Ao longo dos anos, técnicas e estratégias logísticas foram sendo criadas e desenvolvidas, normalmente iniciadas nas guerras, que são períodos longos com necessidade de grandes e constantes deslocamentos de recursos.

A Logística evoluiu de tal forma, que hoje pode ser considerada como uma aérea estratégica e de grande importância para a gestão otimizada. As operações logísticas permitem rotinas integradas e padronizadas, onde é possível identificar pontos de redução e economia, o que torna os processos cada vez mais produtivos. Uma importante estratégia de logística e distribuição é o cross docking. Nesse modelo, o processo de distribuição no qual a mercadoria é recebida em um centro de distribuição (CD) ou armazém, não é estocada, mas sim preparada rapidamente para a expedição.

Este tipo de operação permite “que a administração dos centros de distribuição concentre-se no fluxo de mercadorias, e não na armazenagem das mesmas” (OLIVEIRA; PIZZOLATO, 2002, p.03) A aplicação deste sistema busca reduzir ou eliminar, se possível, duas das atividades mais caras realizadas em um armazém, a estocagem e o picking (separação das cargas).

Cross docking na exportação marítima

A estrutura logística de exportação marítima no Brasil tem cada dia mais oferecido a operação de cross docking, onde as mercadorias são recebidas e tratadas em terminais e transferidas para contêineres onde serão exportadas, não ficando armazenadas. Na maior parte do mundo, este trabalho é executado pelo agente de cargas contratado para fazer o embarque das mercadorias, porém no Brasil a grande maioria dos agentes não tem estrutura de armazém próprio. Assim sendo, nos embarques marítimos, pela própria natureza das mercadorias, maior volume e peso, a operação de cross docking é cada vez mais utilizada como solução aos exportadores para redução da necessidade de espaço e máquinas destinadas a ovação dos contêineres, diminuição do custo de manuseio, diminuição de avarias e furtos, entre outros.

Cross docking na exportação aérea

Na grande maioria dos países, o agente de carga aérea é responsável por receber a carga, armazená-la e tratá-la verificando sua integridade, conferindo documentos e volumes, antes do embarque para o destino. O embarque é coordenado pelo agente de carga, e então após todas as devidas tratativas e a carga liberada pela alfandega do país de origem, é entregue à cia aérea para o transporte internacional. Ou seja, a mercadoria não vai diretamente para o aeroporto de embarque, o agente de cargas aéreo é responsável pelo manuseio da mercadoria.

E é nesse ponto que a operação de cross docking se torna de fundamental importância. No Brasil, as autoridades entendem que por questões de segurança e agilidade nas docas de recebimento das cargas para exportação, não é possível essa tratativa à carga. Dessa forma, fica o agente de carga aérea responsável por garantir a integridade da carga a ser exportada. Porém, no Brasil a maior parte dos agentes de cargas aéreas não possuem estruturas próprias de armazém, ficando o contato com o embarque restrito aos tramites documentais.

Para o Gerenciamento de Risco das empresas exportadoras, esse é o ponto crítico na operação, pois não há qualquer tipo de controle. Muitas vezes essa deficiência de mercado pode gerar problemas nas operações logísticas, pois as companhias aéreas podem recusar embarcar a carga, caso esta não esteja "compliance" ou diferente daquilo que está declarado no conhecimento de carga. Especificamente no Aeroporto de Guarulhos, devido ao grande movimento, o primeiro contato com a carga se dá em um local chamado de "Pré-Conferência". Este local fica bem ao lado dos dois terminais de exportação e não tem qualquer tipo de controle ou gerenciamento de risco.

É neste local que a maioria dos agentes de carga fazem a separação e etiquetagem dos volumes para que sejam entregues na exportação, e posterior desembaraço aduaneiro, finalizando com entrega da carga à cia aérea. Se imaginarmos que o funcionário do agente de cargas tem que subir na carroceria do caminhão, sob sol ou chuva, sem iluminação adequada, para fazer esta separação e etiquetagem, como podemos considerar como sendo essa uma operação segura?

Atualmente, os agentes de carga que querem se manter no mercado internacional estão buscando a certificação de operadores econômicos autorizados OEA, para fazer parte da cadeia segura de operadores do comércio exterior mundial. Com isso, o processo exige o contato direto com a carga, garantindo sua integridade e rastreabilidade.

A melhor estratégia de logística para que todas as etapas do processo estejam seguras, é a operação de cross docking. As estruturas que operam com o cross docking recebem as carretas e realizam dentro de suas instalações o processo de tratamento da carga quando necessário, oferecendo um serviço de handling completo; Repesagem, etiquetagem, cintamento, envelopamento, troca de embalagens avariadas, paletização, deixando a carga devidamente preparada de forma segura para o embarque dentro dos padrões internacionais.

Esta estrutura já existe no GRU Airport, mas poucos a utilizam! Você sabia? É CrossDo. A CrossDo é a primeira plataforma de CO-WORKING de armazém compartilhado para operações de manuseio de carga e Cross docking, o que facilita a logística das exportações.

Nessa plataforma são oferecidas 3 soluções logísticas:

CROSS PARK 

É uma solução logística para clientes que precisam apenas executar ações de manuseio da carga em uma área segura com compliance. Nessa modalidade é oferecido o compartilhamento da estrutura física CrossDo, onde o cliente executa os procedimentos necessários.

CROSS COMBO

O CrossDo Combo é uma associação do produto PARK acrescido da opção de fornecimento de kit´s com materiais necessários para execução dos serviços de handling nas cargas, como pallets, etiquetas, caixas, gelo seco ente outros. Simples, prático e fácil, oferece materiais e condições de tratar corretamente as cargas.

CROSS CARE

O Cross Care é a solução Logistica VIP. Todo o serviço é executado pela equipe CrossDo. Uma equipe de profissionais especializados no manuseio de carga e embalagens de exportação, padrão OEA. A equipe é responsável desde a recepção da carga até a entrega no Terminal de Exportação para embarque.

 


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