Queda de avião da EgyptAir pode ter sido causada por ataque

Especialistas afirmam que um ato terrorista é mais provável do que uma falha mecânica

Durante esta madrugada, piloto da aeronave que fazia o voo MS 804 da EgyptAir, de Paris ao Cairo, solicitou acesso ao controle de tráfego aéreo da Grécia e, com bom humor, agradeceu ao atendente em grego. Ao ser passado para o controle seguinte, de Atenas, o piloto já não foi mais encontrado nos sistemas de comunicação. O sinal da aeronave foi perdido aproximadamente 7 milhas náuticas ao sul/sudeste do chamado ponto Kumbi, próximo ao Cairo. Apesar de solicitada assistência imediata à força aérea local, a aeronave já não foi mais encontrada. 

O comandante do exército do Egito, Abdel Fatah al-Sisi reuniu o conselho de segurança nacional para discutir ações conjuntas entre França, Grécia e Egito, não apenas para todo o trabalho de resgate e assistência às famílias como para realizar as investigações necessárias para descobrir os motivos da queda. O presidente francês François Holland declarou que assim que os fatos forem esclarecidos, as equipes divulgarão as conclusões se a queda foi devida a um acidente ou outro fator, talvez terrorismo. "Chegaremos à verdade", disse ele. Já o Ministro da Defesa da Grécia, Panos Kamennos, afirmou que a aeronave fez "curvas repentinas" antes de cair, e mergulhou no mar antes mesmo de sair dos radares ao sul do Mediterrâneo.  “O avião fez uma curva a 90 graus à esquerda, depois outra a 360 graus para a direita. Em seguida caiu de 37.000 para 15.000 pés de altitude, perdendo o sinal por volta dos 10.00 pés", informou Kammenos. O Primeiro Ministro do Egito, Sherif Ismail, afirmou que o terrorismo seria uma das possíveis explicações: "neste momento, não podemos excluir nem confirmar qualquer possibilidade. Todas as operações de busca precisam ser completadas até que saibamos a causa real”.

Pelo menos sete embarcações marítimas estão colaborando com as buscas, de acordo com a IHS Fairplay: o porta-container Jork Valiant e o petroleiro Oceanus estão mais próximos do local, cercados também pelo Sofia Express (container), Aspri (petroleiro), Maersk Ahram, Maersk Stadelhorn e MSC Beatrice (porta-containers).

A aeronave Airbus A320 transportava 56 passageiros e 10 membros da tripulação. O ponto de desaparecimento foi a 130 milhas da ilha grega de Karpathos. Durante a tarde do dia 19, algumas mensagens em redes sociais davam conta de que já se começavam a encontrar destroços do avião no mar. Entretanto, a companhia aérea relatou, em 20 de maio, que o exército egípcio havia encontrado as partes originais da aeronave no Mediterrâneo, assim como pertences dos passageiros, alguns corpos, bagagens, peças e assentos, 295 Km distantes da costa do Egito, o que comprovou a falsidade das postagens sobre os destroços encontrados na ilha grega.

A Casa Branca americana ofereceu assistência aos aliados europeus e do Oriente Médio, colocando o seu Departamento de Segurança Nacional e a TSA (Transportation Security Administration) em contato com os ministérios internacionais e departamentos de aviação, de modo a aumentar as medidas de segurança.

O secretário de comunicações dos Estados Unidos, Josh Earnest, afirmou ser cedo ainda para concluir quais foram as causas do acidente: "temos acompanhado várias intenções de extremistas no mundo todo, incluindo alguns no Oriente Médio, de organizar ataques tendo o sistema internacional de aviação como alvo. E obviamente estamos tratando o assunto com atenção", declarou. 

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