Brasil terá primeira concessão hidroviária no Rio Paraguai; investimentos somam R$ 43,2 milhões
Medida inédita ajuda a descarbonizar transporte de cargas e reduz custos, aumentando a competividade de produtos nacionais
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o projeto que define o modelo de concessão da hidrovia do Rio Paraguai, que deve ir a leilão até o fim de 2025. A iniciativa marca a primeira concessão hidroviária do Brasil, considerada um divisor de águas para a logística nacional.
O trecho concedido será o Tramo Sul do Rio Paraguai, com cerca de 600 quilômetros entre Corumbá (MS) e a foz do Rio Apa, na fronteira com o Paraguai. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o projeto reforça a prioridade dada às hidrovias no planejamento logístico do país. “Investir em hidrovias é essencial para aumentar a competitividade, reduzir custos, integrar regiões e descarbonizar o transporte de cargas”, afirmou.
Com prazo contratual de 20 anos e possibilidade de prorrogação por até 70 anos, a concessão prevê investimentos de R$ 43,2 milhões nos primeiros cinco anos, sendo 20% destinados à preservação e ao monitoramento ambiental. O concessionário será responsável por serviços como dragagem de manutenção, sinalização náutica, monitoramento hidrográfico, gestão do tráfego aquaviário e gestão ambiental.
Redução de gargalos e impacto ambiental
Nos últimos anos, a navegação no Rio Paraguai ficou interditada, em média, 65 dias ao ano devido ao assoreamento. Com a concessão, a expectativa é reduzir essa média para apenas oito dias, garantindo uma profundidade mínima de três metros no canal de navegação.
A hidrovia é estratégica para o escoamento de cargas do Centro-Oeste, sobretudo minério de ferro e soja, e deve multiplicar por três o volume transportado até 2035. Em 2024, por conta da estiagem, o total transportado caiu para 3,3 milhões de toneladas, frente a 7,9 milhões em 2023.
De acordo com o secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes, o modal hidroviário contribui para a segurança viária, reduzindo o número de atropelamentos de animais silvestres nas rodovias, além de diminuir significativamente as emissões de gases de efeito estufa. “O transporte hidroviário é 27 vezes menos poluente que o rodoviário. Sem água não se navega, e por isso a navegação é a maior interessada na preservação ambiental”, destacou.

Notícias do dia
-
Concessões e Licitações
Brasil terá primeira concessão hidroviária no Rio Paraguai; investimentos somam R$...
-
Concessões e Licitações
Governo prevê R$ 30 bilhões em concessões portuárias até 2026, afirma ministro Silvio...
-
Terminais
Tereos realiza maior embarque de açúcar de sua história no Tiplam, com destino à China
-
Portos
Porto do Rio de Janeiro lidera crescimento entre portos públicos no 1º semestre de 2025
-
Terminais
TCP atinge 1 milhão de TEUs em 2025
-
Logística
FM Logistic cresce 8,2% e totaliza receita de 1,86 bilhão de euros
Seja o primeiro a comentar
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.