Câmara diz “sim” ao impeachment e setor já afirma “responsabilidade no processo de construção do País”

Apesar do grande passo, quedas em diversas áreas do País em 2015 afetando grande parte da economia ainda devem perdurar em 2016

Por 367 votos favoráveis e 137 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou às 23h47 deste domingo (17) a autorização para ter prosseguimento no Senado do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Diante da decisão, representantes do setor já afirmaram seu compromisso e “responsabilidade no processo de construção do País”, como disse a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) em comunicado: “recebemos a decisão da Câmara dos Deputados consciente da responsabilidade que teremos no processo de reconstrução do País. Entendemos que foi dado um primeiro passo importante para que se restabeleçam as condições de governabilidade, que consideramos essenciais para a volta do crescimento econômico, com equilíbrio e harmonia entre os brasileiros”.

Após ouvir os produtores rurais de todos os Estados, a confederação afirmou ter refletido muito sobre o momento político. “Decidimos nos unir aos movimentos sociais urbanos na mobilização pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. E estamos convictos de que, ao sair na frente, contribuímos de forma efetiva para esse resultado”.

Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, lembrou dos efeitos “provocados pela política desastrada adotada pelos três últimos governos”, que levou o Brasil a registrar uma das piores quedas nas vendas ao exterior, com contração de 15,1% em valores, ficando na 25ª posição entre os exportadores. “Hoje, os produtos nacionais representam apenas 1,2% do mercado mundial e até mesmo Polônia e Malásia já exportam mais que o Brasil”, disse afirmando ainda que “independente de quem venha a assumir o governo com o possível impedimento da atual mandatária, prevê-se desde logo uma reação da economia, já que ficará definitivamente banida a mentalidade tacanha que fez o País mergulhar nessa que já é considerada a pior recessão desde a crise de 1929”.

“Decidimos nos unir aos movimentos sociais urbanos na mobilização pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. E estamos convictos de que, ao sair na frente, contribuímos de forma efetiva para esse resultado”.

O executivo comentou ainda sobre a queda das importações do País em 2015 “a segunda maior entre as grandes economias”. Uma queda que, segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), ainda deve perdurar em 2016. “Com a contração na economia, o impacto foi sentido pelo setor industrial que deixou de importar nos níveis dos últimos anos. A desvalorização do real ainda pesou, obrigando setores a substituir produtos importados por nacionais. Portanto, o que se espera é que, com a retomada das exportações para os EUA, as importações também cresçam, aumentando a participação do País no comércio mundial”, disse.

A CNA afirmou ainda em seu comunicado ao mercado que a necessidade do setor “transcendem o âmbito do Ministério da Agricultura, que queremos na vanguarda de uma agropecuária moderna e cada vez mais pujante”. A confederação defende mudanças estruturais nos Ministérios da Justiça, do Trabalho e do Meio Ambiente, além de outros órgãos federais, cujas políticas públicas, como disse, “contaminadas por interesses ideológicos retrógrados”, emperram o desenvolvimento do País.

“Fazemos um apelo ao Senado Federal para que dê sequencia às ações empreendidas até agora, no sentido de avançarmos nas mudanças desejadas pela sociedade. Que cada senador tenha consciência da gravidade do momento e, em nome do interesse público e do bem-estar de todos os brasileiros, reafirme a decisão dos deputados, vamos tirar o Brasil da lama”, finalizou.

Vale lembrar que a aprovação pela Câmara dos Deputados, contudo, não afasta a presidente Dilma imediatamente da Presidência da República. Isso só pode ocorrer após a análise do Senado. Após o anúncio do "sim", os parlamentares começaram cantaram o Hino Nacional, em comemoração.

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