Quatro portos, quatro histórias

Apesar de dificuldades, a semana teve avanços, projetos e comemorações nos portos brasileiros

Porto de Santos - após a concessão, projeto e obras 

Após conquistar o direito de uso do terminal como vencedora do leilão realizado pela Antaq em dezembro de 2015, a Fibria, empresa brasileira de base florestal para produção de celulose de eucalipto, assinou nesta quinta-feira o termo de posse da área STS07, do Terminal de Macuco, no Porto de Santos, voltado para celulose, papel e carga geral. Na ocasião do leilão realizado na BM&F Bovespa, a empresa adquiriu a concessão do terminal com o lance de R$ 115,047 milhões.

O prazo de concessão da área para a Fibria é de 25 anos, com capacidade de embarque de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. Com 90% da produção voltada para exportação, a empresa já entregou o projeto básico de implantação à SEP (Secretaria Especial de Portos), e pretende investir cerca de R$ 160 milhões, segundo Wellington Giacomin, diretor de Logística, Suprimentos e TI da Fibria. “Nossa expectativa é de iniciar a operação do terminal a partir do segundo semestre do ano que vem”, diz Giacomin.

Porto do Açu - Zona de Processamento de Exportação 

A quinta-feira também foi dia de decisões no Rio de Janeiro. Em visita ao Porto do Açu, o Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, e representantes do Conselho das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), conheceram a área portuária e o Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB), confirmando o potencial da região para sediar uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação). A previsão é de que a ZPE, que será a segunda do estado, e a primeira da região Norte Fluminense, seja criada no início de 2017.

O Ministro Pereira foi bastante otimista: “Tenho certeza que uma ZPE aqui no Porto do Açu pode trazer amplo desenvolvimento não só para a região, mas para todo o país. Trata-se de um empreendimento com localização estratégica e instalações de alto nível. Nós estamos muito entusiasmados com este projeto. Hoje, o Governo do Estado apresentou um memorando para que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços possa avaliar o projeto e eu já adianto que nossa avaliação é super positiva”.

As ZPEs são áreas de livre comércio destinadas à instalação de empresas, com 80% de sua produção voltada para a exportação. Entre as indústrias que podem ser beneficiadas com a instalação da ZPE no DISJB estão a de beneficiamento de rochas ornamentais e a do café.

“A ZPE é um grande passo para o desenvolvimento social e econômico sustentável do Norte Fluminense e atende às necessidades que existem na região sudeste em termos de logística portuária. Hoje, nós estamos vendo um sonho virar realidade”, afirmou José Magela Bernardes, presidente da Prumo Logística, empresa que desenvolve e opera o Porto do Açu.

Segundo o subsecretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, o porto é o que tem a maior perspectiva de recebimento de volume de carga no Brasil, para um futuro próximo. Porém, reforça: “além da ZPE, é fundamental um sistema de transporte de alta capacidade, que será encabeçado pela ferrovia Rio-Vitória, já com projeto completo”, mencionando que a ferrovia deve permitir uma redução bastante significativa no custo logístico e um aumento expressivo do volume de carga movimentada pelo complexo portuário.

Porto de Itajaí - segundo no ranking ambiental 

O Porto de Itajaí (SC) atingiu a pontuação de 99.37 na avaliação do seu desempenho ambiental em auditoria realizada pela Antaq (Agência Nacional dos Transportes Aquaviários), atrás apenas do Porto de São Sebastião (SP). O chamado IDA (Índice de Desempenho Ambiental) é um método para calcular um índice de desempenho da gestão ambiental em portos organizados foi desenvolvido após a assinatura de um termo de cooperação técnica entre a Antaq e a Fundação Universidade de Brasília, em 2012.

O superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior, credita esse resultado à política ambiental adotada pelo Porto de Itajaí e ao trabalho coeso e especializado realizado pela Gerência de Meio Ambiente do porto.

A grande contribuição do IDA consiste na identificação de possibilidades de melhorias da gestão ambiental dos portos e da elaboração de estudos mais aprofundados e detalhados em torno de temas específicos, possibilitando, assim, o aperfeiçoamento das ações de gestão e das políticas para que se alcance uma melhor compatibilização do setor portuário com o desenvolvimento sustentável.

Porto do Rio Grande - 

Mais de 600 pessoas foram atendidas em dois dias de atividades no Porto do Rio Grande, como parte do Projeto Saúde nos Portos 2016. O propósito da iniciativa foi propiciar melhores condições de vida aos funcionários e usuários do complexo portuário, em evento organizado pela Superintendência do Porto do Rio Grande, Sest/Senat e diversos outros parceiros.

“O Porto do Rio Grande é referência quando falamos no Projeto Saúde nos Portos. Nossa organização é elogiada por todo país e nossa meta é proporcionar mais qualidade de vida aos trabalhadores do complexo”, afirma o diretor-superintendente Janir Branco.

Foram nove tendas montadas com serviços de assistência nutricional, cuidados pessoais, rodas de conversa, assistência fisioterápica e odontológica, abordagem social, testes de HIV e hepatite, exame de mamas, medição de pressão e glicemia, além de vacinação. Todos os serviços foram gratuitos. São parceiros do Projeto Saúde nos Portos: Sagres; Granel Química; Braskem; Cootargs; Sindicam; SMA; SMMA; Coordenadoria de Defesa dos Animais; Yara Brasil; Cejen, STE, Tecon, DNIT e Ogmo.

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