Balança comercial de maio de 2020 registra queda

Em maio de 2020, o Brasil exportou US$ 17,940 bilhões e importou US$ 13,392 bilhões, registrando um superávit de US$ 4,548 bilhões, com queda de 19,1% em relação ao resultado positivo de US$ 5,624 bilhões de maio de 2019. Os dados oficiais foram fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério da Economia.

Em relação ao mês anterior, houve uma contração da balança comercial, e isso deve-se aos efeitos da pandemia do novo coronavírus que tem diminuído o fluxo de comércio entre os países, o que não havia impactado em abril.

De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, os preços dos produtos exportados caíram mais no mês de maio (-15,6%) do que em abril (-5,5%) na comparação com os mesmos meses de 2019, por conta do recuo da demanda mundial decorrente da recessão econômica global, o que impactou o saldo da balança. Segundo o secretário, o saldo do mês também foi impactado pela operação de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no valor total de US$ 2,7 bilhões. Excluindo-se as aquisições de plataformas no valor total importado, observa-se que o saldo comercial cresceria 42,4% em maio, medido pela média diária, e somaria US$ 7,3 bilhões.

Ao divulgar os resultados da balança comercial, o governo informou que a queda do valor exportado foi resultado direto do forte recuo dos preços internacionais, em função do enfraquecimento da demanda global, reduzindo em 15,6% os preços dos bens exportados pelo Brasil em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Durante o mês, as exportações apresentaram alta de 5,6% e na avaliação do governo, o resultado configura um bom desempenho das exportações brasileiras diante da queda generalizada dos embarques internacionais. O governo informou ainda que, houve recorde histórico, considerando todos os meses, nos embarques de: petróleo em bruto (8,4 milhões de toneladas), açúcares e melaço (2,7 milhões de toneladas), farelo de soja (2 milhões de toneladas), e carne bovina (155 mil toneladas). Considerando apenas o mês de maio, houve recorde na venda externa de: soja (15,5 milhões de toneladas); óleos combustíveis (1,6 milhão de toneladas), alumina (789 mil toneladas), carne de aves (373 mil toneladas) e café (216 mil toneladas).

As importações, por sua vez, atingiram US$ 13,392 bilhões no mês de maio, com queda de 1,6% pela média diária. Caíram as importações de combustíveis e lubrificantes (-61,6%), bens de consumo (-24,3%), e bens intermediários (-11%), enquanto cresceram as compras de bens de capital (+144,4%).

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2020, as exportações somaram US$ 85,301 bilhões, com média diária de US$ 836 milhões (queda de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado). Já as importações totalizaram US$ 68,952 bilhões, com média diária de US$ 676 milhões (queda de 0,6% em relação ao mesmo período de 2019). Nesse período, o saldo da balança ficou positivo em US$ 16,349 bilhões, apresentando queda de 19,5% no superávit comercial na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de US$ 20,303 bilhões. Esse também foi o pior resultado, para esse período, em cinco anos, ou seja, desde 2015, quando foi registrado um déficit de US$ 2,343 bilhões.

Segundo informações do governo, os principais compradores de produtos brasileiros no acumulado deste ano foram: China, Hong Kong e Macau: US$ 28,837 bilhões; Estados Unidos: US$ 8,571 bilhões; Países Baixos: US$ 3,591 bilhões; Argentina: US$ 3,091 bilhões; e Cingapura: US$ 2,146 bilhões.

Em pesquisa realizada na semana passada, o Banco Central prevê para 2020 um saldo positivo de US$ 45,5 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior, com expectativa de um superávit de US$ 33,5 bilhões, com exportações de US$ 191 bilhões e importações de US$ 157,5 bilhões.

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