Sistema único de controle alfandegário falha nos EUA
Com implantação programada para a primeira semana de abril, o ACE apresentou lentidão, interrupções e erros de configuração
Enquanto lutamos para a desburocratização e informatização de sistemas no Brasil, outros países também enfrentam problemas com a implantação de processos automatizados, a exemplo dos Estados Unidos, conforme relatado no Journal of Commerce desta segunda-feira.
Segundo a publicação, o departamento norte-americano de alfândega e proteção às fronteiras, (U.S. Customs and Border Protection) declarou que, embora esteja cuidando para que o novo sistema eletrônico recentemente implantado não apresente nova falha, não consegue oferecer “100% de garantia” de que os usuários não enfrentarão novamente os mesmos erros de rede quando o restante dos dados forem alimentados no sistema, o que deve ocorrer nos próximos meses.
“Minha esperança é de que nunca mais tenhamos um problema novamente, porém não posso garantir 100%”, afirmou o sócio-diretor do escritório da ACE dedicado à alfândega, Bill Delansky, durante uma teleconferência na sexta-feira organizada pela associação de transitários aéreos dos Estados Unidos.
O ACE (Automated Commercial Environment) foi escolhido pela Casa Branca para ser implantado como sistema único de importações e exportações no intercâmbio de documentos com agências reguladoras, numa iniciativa de economizar tempo e dinheiro para embarcadores e agentes. Tratado como uma das prioridades do governo norte-americano, a implantação completa está prevista para 2017, quando se adicionará ao sistema unificado “single widow” uma interface facilitadora do comércio internacional (International Trade Data System).
A estreia do portal single window da alfândega, no entanto, foi frustrada, devido a um “erro de configuração” no sistema de transferência de dados, que não foi detectado na primeira fase de testes, segundo Delanski.
O resultado foi que, nos primeiros cinco dias de uso, que começaram em 01 de abril, o sistema, que deveria reunir o processamento das fronteiras e facilitar aos embarcadores o intercâmbio de documentos, apresentou falhas de carregamento, lentidão, queda de sistema e interrupções que causaram longas esperas para a alfândega em geral.
“O sistema não chegou a cair, mas estava obviamente tão lento que perdeu a eficácia para os usuários. Deveríamos ter previsto esse tipo de problemas, porém… ele não tinha se mostrado na fase de carregamento e testes. Seria difícil investigar”, afirmou Delansky na sexta-feira.
O dia 31 de março, porém, foi somente uma das duas grandes datas de implementação: para 28 de maio, espera-se a inclusão de uma dúzia de outros setores e seus correspondentes embarcadores ao novo portal. Delansky não pode garantir, na teleconferência, que o sistema não apresentará os mesmos entraves no final de maio. “Por se tratar de um sistema tão abrangente como o ACE, infelizmente não posso garantir que não vá acontecer novamente” avisou.
De acordo com a alfândega dos Estados Unidos, 64% das cargas despachadas e recebidas e 89% de registros já estão cadastrados no ACE.
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