Brasil-União Europeia: acordo histórico abre oportunidades, mas exige atenção documental de exportadores
De certificados a rótulos bilíngues: adequação documental será peça-chave para transformar o acordo em oportunidades reais
Após duas décadas de negociações, o Parlamento Europeu aprovou, na última semana, o aguardado acordo comercial entre Brasil e União Europeia. A expectativa é que a ratificação aconteça em dezembro, destravando um mercado de mais de 450 milhões de consumidores e impactando setores-chave da indústria brasileira, como alimentos, cosméticos, químicos e insumos tecnológicos.
A redução tarifária e a ampliação do acesso prometem ganhos expressivos. Porém, especialistas alertam que o principal desafio está na adequação regulatória e documental.
“Não basta ter produto competitivo, é preciso ter papelada competitiva”, afirma Gabriel Del Bello, especialista em comércio exterior e fundador da Gold Traduções.
“Um certificado de análise mal traduzido, uma ficha de segurança incompleta ou um rótulo desalinhado ao padrão europeu podem travar um embarque inteiro e comprometer contratos”.
O que muda com o acordo?
- Tarifas: queda progressiva de tarifas de importação e exportação, abrindo espaço para maior volume de negócios.
- Regulamentação: exigências técnicas e sanitárias da União Europeia permanecem rigorosas, exigindo precisão documental.
- Competitividade: margens podem crescer, mas só para empresas que conseguirem adequar seus processos aos padrões europeus.
Checklist documental para acessar a União Europeia
- Tradução juramentada de contratos, certificados e laudos técnicos.
- Rotulagem bilíngue conforme padrões europeus.
- Dossiê de Segurança (SDS) adaptado às diretrizes da UE.
- Certificados de origem e conformidade revisados.
- Versionamento de documentos para diferentes jurisdições dentro do bloco europeu.
“Esse acordo pode ser um divisor de águas para a indústria brasileira. Mas ele só vai beneficiar quem estiver pronto para responder rapidamente às exigências do mercado europeu. Documentação é um gargalo invisível que pode definir quem ganha e quem perde competitividade”, complementa Del Bello.

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