Cabotagem pode reduzir em mais de 60% o custo do transporte de cargas no país

Apesar de inúmeras vantagens, a cabotagem representa menos de 15% da movimentação de cargas no Brasil.

Mesmo tendo uma costa com mais de 8,5 mil km e mais de 40 mil km de vias interiores navegáveis, o Brasil tem no modal rodoviário a principal matriz de transporte, sendo responsável por cerca de 60% da movimentação de cargas no país. Segundo o Plano Nacional de Logística e Transportes, a cabotagem, que é a navegação entre portos dentro do mesmo país, pode reduzir em até 62% o custo do frete.

Apesar de ainda ser pouco utilizada, a cabotagem vem crescendo no país. No ano passado foram movimentados 1.3 milhão de TEUs entre portos brasileiros. Para se ter uma ideia, isso representa menos 1 milhão de viagens feitas por caminhões nas rodovias do país. Se todos esses veículos fossem encostados frente a frente daria mais de 15 mil km de fila.

“Os gargalos logísticos por conta do baixo investimento em infraestrutura rodoviária afetam diretamente a competitividade do empresário brasileiro. Vejo na cabotagem a solução para a redução de custos, já que além de ser mais competitivo financeiramente, apresenta menor chance de avaria da carga e de roubo, e também menor impacto ambiental. Ainda assim, esse modal responde por cerca de 15% do transporte de cargas no Brasil”, afirma o especialista em comércio exterior, Sandro Marin.

De acordo com estudo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), a navegação de cabotagem emite quatro vezes menos poluentes que o transporte rodoviário. Há, ainda, um potencial de economia de R$ 1,7 bilhão por ano no frete. Além disso, poderia haver redução de dez mil acidentes nas estradas brasileiras ao ano a partir do efetivo uso da cabotagem. O levantamento aponta ainda que para cada contêiner na cabotagem, há 9,7 contêineres potenciais nas rodovias.

Outra vantagem do transporte de cabotagem é na nacionalização de cargas. Alguns armadores oferecem o serviço de nacionalizar a carga sem a necessidade de retirada dos produtos de dentro dos contêineres e isso reduz o custo e o tempo até a chegada no destino final. “Muitos clientes, mesmo de outras regiões, escolhem nacionalizar a carga em Santa Catarina, por exemplo, devido aos benefícios fiscais. Neste caso, a cabotagem se torna ainda mais competitiva em relação ao transporte rodoviário”, conclui Marin.


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