O futuro do transporte no Brasil
Qual modal tem mais chances no combate com o rodoviário?
Qual a solução mais lógica para o transporte de cargas num país com mais de 15 portos ao longo de 7.400Km de costa e 80% da população vivendo a até 200Km do litoral? Na opinião da diretora comercial da Mercosul Line, Viviane Rodrigues, considerando o tamanho do Brasil e a forma como o transporte é feito no Brasil hoje a cabotagem se encaixa como o melhor serviço e de primeira qualidade. “Ela é sustentável e está aí na pauta da maioria das grandes empresas e de clientes muitos importantes para nós. E sim, eu acredito que a cabotagem tem papel fundamental”.
Apesar dos muitos problemas em relação a infraestrutura já bem conhecidos, e também de malha rodoviária, como comenta a executiva, a falta de investimentos nas ferrovias para ela também está muito aquém das necessidades do país. “Então sem dúvida eu acredito que a cabotagem, inclusive, é um dos modais que mais tem sucesso e tem mais chances de sucesso pela situação da modalidade do país e do futuro do transporte como um todo”, aponta.
De fato, o transporte marítimo é o menos oneroso do ponto de vista de custo e do ponto de vista de sustentabilidade, mesmo assim a total transferência de carga para a cabotagem ainda esbarra, segundo Rodrigues em um fator: a cultura. “A gente está lidando com um país que tem uma cultura de caminhão muito forte e isso leva tempo, mas eu acho que a gente já tem feito como empresa de cabotagem um bom trabalho nos últimos anos. Mercados mais distantes como Manaus, Norte e Nordeste acabam tendo uma participação maior na movimentação de cabotagem exatamente por isso, em função das distâncias”.
Mesmo assim a executiva acredita que o cenário deve se ampliar sim ao longo dos anos em função de alguns motivos: efetividade, baixo custo e segurança. “A cabotagem é mais segura também, você corre o risco de roubo e avaria infinitamente menor do que nos outros modais. Então eu acredito que é uma questão de cultura, com o passar do tempo, com o trabalho que temos feito e com mais opções”, lembrando do investimento que a companhia está realizando de US$ 50 milhões para aumentar essa malha de atendimento ao expandir sua frota para quarto embarcações. “Exatamente para que os clientes tenham mais e mais confiança nos serviços de cabotagem”, completou.
Para ela, a junção de todos os modais na cadeia de transporte é um fator necessário, que na sua opinião tem recebido investimentos, porém não a tão esperada “guinada” no setor. “Eu acredito na multimodalidade, ela é necessária. Obviamente tem o caminhão que faz toda a porta a porta, então a cabotagem acaba concorrendo com isso e tendo que participar disso de forma ativa. Mas eu acredito que essa multimodalidade está se desenvolvendo no país também e cada vez mais nós vemos investimentos nesse segmento”, lembrando ainda que dessa forma é possível ter um serviço de qualidade fazendo o serviço de ponta a ponta, tanto na origem quanto no destino.
Rodrigues finaliza afirmando que não acredita em grandes problemas em relação a isso, já que “os investimentos sempre são bem-vindos em todos os setores especialmente de infraestrutura, onde a gente ainda tem muito o que melhorar”. Mas destaca: “Eu não o vejo como um gargalo tão grave quanto era no passado, acho que a gente já caminhou bastante nesse sentido também”.
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