Qual o peso da cabotagem na multimodalidade do porto?

Executivo do Porto de Antuérpia traz os impactos na movimentação do modal no porto

A Hora da Cabotagem chegou, e abrindo as palestras do dia, Ricardo Sproesser, representante da América do Sul do Porto de Antuérpia trouxe os impactos da movimentação de cabotagem para o porto. Apesar de a Autoridade Portuária não movimentar cargas, promovendo operações portuárias através de parceiros privados, o complexo adquiriu grande relevância no comércio interacional.

Com uma movimentação de 208 milhões de cargas em 2015, sendo só cabotagem responsável por 98 milhões, ou seja, 47% dessa movimentação, o executivo não deixa de destacar a importância do modal para o porto. “Somos o segundo maior porto em movimentação de cabotagem. Possuindo hoje 196 destinos de cabotagem e feeder. Em termos de Teus a cabotagem é responsável por 39% dessa movimentação”.

Segundo Sproesser, de 2014/2015 o crescimento do uso da cabotagem pela Antuérpia foi de 5%. E apesar do executivo achar um crescimento ainda pequeno, Martin von Simson, diretor do Grupo Guia apontou que descorda. “Eu fico feliz em saber que o porto cresceu 5%, se formos pensar que o modal tem crescido 10%”.

Com uma variedade de tipos de cargas transportadas pelo modal, desde café, frutas, e até tabaco, ele destaca que entre os principais países destinos da cabotagem: (de e para o porto) estão Reino Unido (22%), Rússia e Finlândia (10%) e demais países (20%).

Antuérpia que possui capacidade para movimentação de 15 milhões de TEU, elenca ainda o Brasil como o 6º parceiro em termos de movimentação. Líder em vários tráfefgos – Oriente Médio, América do Norte, América Latina e África – no Brasil os principais portos de conexão ficam com Rio grande, Itajaí, Itapoá, Paranaguá e Santos.

Além disso, destaca Sproesser, “a distância do porto dos centros de distribuição é muito pequena, o que facilita essa movimentação e a entrega dessas cargas, garantindo mais competitividade e custo-tempo”. Outro ponto destacado como facilitador pelo representante da América do Sul é o fato de o embarcador poder iniciar liberação da sua carga junto a alfandega 72 horas do navio atracar no porto.

Infraestrutura

Assunto muito discutido, pelo menos quando o assunto são portos brasileiros, Ricardo Sproesser traz um estudo da Europe Comission de 2015 onde são apontadas melhorias para que a cabotagem tenha uma melhor competitividade no mercado Europeu. Entre os pontos destacados pelo estudo, ele traz algumas necessidades que os portos brasileiros vivem hoje, os custos de acessibilidade de e para os portos e a infraestrutura de acessos dos mesmos, além das instalações intermodais.

“Outro fato destacado pela Comissão é a intermodalidade entre os portos que é pouco desenvolvida. Apesar de serem dados de 2015, eles trazem problemas que lembram muito os problemas que o Brasil tem enfrentado nos últimos anos”.

O executivo finaliza sua palestra apontando que o porto trabalha com investimentos de Euro$1,6 bi até 2025. Entre eles a criação de um terminal de cargas que até 2021/2023 estima já ter uma capacidade operante de 5 milhões de Teus. “As hidrovias respondem por cerca de 70 milhões de toneladas movimentadas de e para o Porto de Antuérpia, para nós um modo de transporte muito importante nesse processo. Dentro desse nosso investimento, também visamos trabalhar na melhora de acessos rodoviários e ferroviários, modais também muito importantes nesse processo”.

Créditos imagem: Agência Infoneb

2 Comentários

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    Leoelson

    16/09/2016 10:27

    Excelentes matérias!! O Brasil precisa utizar de forma racional a sua Logística para se tornar mais competitivos em relação ao mundo. Acredito e espero que o governo de o suporte necessário para que a iniciativa privada, baseada na necessidade dos clientes ajude a construir este caminho (infraestrutura) com eficiência, competitividade. Vamos crescer BRASIL.

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    Cleci Leão

    18/09/2016 22:21

    Olá Leoelson,
    O Guia Marítimo agradece seu comentário e mantém o canal aberto para sugestões, sempre com foco no desenvolvimento da competitividade do País.