A polêmica do Canal do Panamá: a ampliação das eclusas e a necessidade de um estudo para avaliar a capacidade de manobra nas novas comportas

Problemas financeiros do consórcio responsável, atrasos nas obras e as várias rachaduras na estrutura levantaram dúvidas sobre suas condições

Chamado também de 8ª maravilha do mundo, o Canal do Panamá foi um dos maiores projetos e obras de engenharia da história. Os navios que não precisam mais dar a volta ao continente, passam a cortar direto pelo canal de 77 km de comprimento, poupando uma enorme quantidade de tempo e dinheiro.


Por isso, o projeto – que terá sua ampliação inaugurada do segundo trimestre de 2016 – poderá também assumir a construção do terceiro conjunto de eclusas, no caso de o consórcio responsável pela obra desistir por problemas financeiros. Segundo o responsável pelo projeto de expansão do Canal do Panamá, Ilia Hawthorn Marotta, se o contratante não terminar o trabalho – que tem um avanço de 96% - a ACP irá assumir o trabalho restante.


Ele explicou que o consórcio Gupc (Grupo Unidos pelo Canal), composto pelas empresas Sacyr Vallehermoso, da Espanha, Impregilio, da Itália, e Jan De Nul, da Bélgica, solicitou à ACP uma “ajuda financeira”. O pedido foi de US$ 40 milhões para selar vazamentos. A aparição de fissuras em uma das paredes da nova eclusa de embarque do Pacífico, no meio do ano passado, obrigou o Gupc a fazer um reforço na estrutura, trabalho que deve terminar neste mês. “É como uma espécie de empréstimo, mas o ACP é incapaz de fazer empréstimos. Sabemos que os reparos estão custando entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões para um consórcio, mas que é um problema a ser resolvido internamente”, destacou o executivo.


O canal terá uma nova faixa de tráfego, que permitirá a passagem dos supercargueiros, hoje os mais usados no comércio internacional. A expansão e o consequente aumento do tráfego vão contribuir para uma melhora na cadeia de fornecimento global. Ainda segundo Marotta, o plano dos primeiros testes de navegação nos novos bloqueios deve ser concretizado em abril. No entanto, ainda não há data de abertura definitiva do empreendimento. A estimativa é de que a via, por onde passam cerca de 6% das mercadorias transportadas pelo mundo, seja inaugurada no segundo trimestre. “Não vou comprometer-me com uma data exata até que encontremos uma solução para os problemas que surgiram em agosto de 2015, relacionados com fissuras que surgiram numa das paredes das novas comportas”, disse Jorge Luis Quijano, administrador do Canal do Panamá.



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