Alta do dólar e as exportações
Cotado acima de R$ 3, moeda flerta desde setembro do ano passado com o nível de R$ 4, apesar do cenário político conturbado
Como muito especialistas insistem em dizer: na crise surgem oportunidades. Em tempos de crise, há aqueles que se beneficiam e até obtêm melhores resultados, de fato, para alguns isso se aplica perfeitamente as exportações, para outros, nem tanto.
De acordo com Anderson Braga, mantenedor do CETTPS, instituição referência em ensino técnico em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, o setor tem gerado mais renda, como consequência tem disponibilizado novos postos de trabalho. Ainda segundo ele, em outros tempos o profissional de logística era visto apenas como aquele que contava peças no estoque ou o que fazia entregas, “hoje ele se tornou peça fundamental para que as engrenagens das empresas funcionem plenamente de forma otimizada e eficiente”.
Cotado acima de R$ 3, o dólar desde setembro do ano passado flerta com o nível de R$ 4 – apesar do leve recuo nos últimos dias com as notícias negativas que atingem o Planalto. A diminuição do apetite chinês, a velha concentração da pauta mineira de exportações, a queda dos preços das commodities, a inflação e o aumento dos custos de produção são entraves para que as fábricas do Estado possam vender para fora do país.
Para o consultor de negócios internacionais da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), Alexandre Brito, não há milagre e o dólar alto ainda não fez seu papel. “De fato, de nada adianta a cotação subir para um patamar forte se o mercado está fraco. Além disso, a melhora das exportações não é instantânea. É um processo que leva de seis meses a um ano, pelo menos”.
Para o coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec em Minas, Reginaldo Nogueira, a desvalorização do real frente à moeda norte-americana ajuda no momento econômico ruim, mas não é a salvação da lavoura. “A inserção da indústria lá fora depende da demanda. E é importante lembrar que a economia da China, que é a grande compradora e primeira parceira comercial de Minas, vem em trajetória de desaceleração. A taxa de crescimento, que chegou a 10% ao ano, atualmente é de 6%. E isso faz diferença”, destaca.
Real fraco blinda a indústria contra a concorrência chinesa
Após atingir o fundo do poço, com queda de 4% em 2015 e franco processo de desindustrialização, o setor têxtil enxerga no câmbio uma luz no fim do túnel. Com o empurrão do dólar alto, o faturamento deve voltar ao nível de 2014 graças à alta das exportações e recuo das importações.

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