Apesar de contratempos, THE Alliance estreia em abril

Sem Hanjin, aliança vai apostar na frota moderna, ampla cobertura de portos e transit times reduzidos para competir no mercado

Mesmo após a saída do sétimo maior armador mundial, a data de inauguração da nova grande aliança marítima da qual ele faria parte permanece inalterada. A The Alliance foi estabelecida em maio de 2016 por Hanjin Shipping, Hapag-Lloyd, K Line, MOL (Mitsui O.S.K. Lines), NYK (Nippon Yusen Kaisha) e Yang Ming, formando um dos três maiores grupos mundiais de navegação, cuja previsão para início de operações seria para abril de 2017 (Leia no Guia).

Porém, duas notícias fizeram com que a volátil indústria marítima aguardasse mudanças no grupo, que configuraria entre as três maiores alianças do mundo. No final de agosto, a Hanjin Shipping anunciou concordata e, na semana passada, foi a vez de os armadores japoneses reescreverem a história da navegação com uma consolidação entre MOL, K-Line e NYK (Leia no Guia).

Mesmo com as intempéries, a chamada The Alliance segue firme nos planos de empregar sua frota de mais de 240 embarcações modernas na rota entre a Ásia e a Europa, além das regiões do Atlântico Norte e o Transpacífico, passando pelo Oriente Médio e o Golfo Árabe/Mar Vermelho.

Ainda há algumas autorizações pendentes por parte das autoridades reguladoras, porém os membros do gigantesco grupo acreditam que a The Alliance será “o consórcio mais integrado de navegação de linha”, conforme declararam em nota oficial, na qual, diplomaticamente, não mencionaram a ausência da Hanjin.

Apesar de a Hapag Lloyd e a NYK terem se pronunciado logo após a confirmação da insolvência do armador coreano, dizendo que a saída da Hanjin teria efeito “limitado” sobre a The Alliance, a impressão geral do mercado é de que haverá certa desvantagem, especialmente com relação à economia de escala. Para o Lloyd’s List, o executivo da consultoria de análise de mercado SeaIntel, Alan Murphy, avaliou que essas novas alianças serão um “jogo de escalas”, e que, a The Alliance já estava com 16% de desvantagem antes mesmo da saída da Hanjin. “Com a saída da Hanjin, o Segundo maior armador na future aliança, a desvangagem cresce para 36%”, acrescentou Murphy, fazendo referência às concorrentes Ocean Alliance e 2M (Maersk e MSC, que vêm negociando também a inclusão da HMM).

Em sua defesa, os membros da The Alliance afirmaram, para o Alphaliner, que seu produto será caracterizado por transit times mais ágeis, cobertura portuária mais ampla e utilização de frota mais moderna e eficiente. Serão 31 serviços, conectando mais de 75 dos principais portos da Ásia, Norte da Europa, Mediterrâneo, América do Norte, Caribe, subcontinente indiano, Oriente Médio e uma linha ampla de conexções porto a porto. Nas rotas para a América do Sul, conforme abordado pelo diretor da Hamburg-Süd durante a conferência TOC Americas, Matthias Dietrich, as grandes alianças trarão pouca ou nenhuma alteração (Leia no Guia).


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