Apesar da crise no setor de petróleo, regras de conteúdo local serão mantidas

Avaliação da cúpula do setor energético é de que, apesar da crise generalizada, é preciso seguir com a estratégia de "defender" a indústria nacional

images As regras de conteúdo local – um dos pilares da política aplicada pelo governo no setor de petróleo – serão mantidas. Uma estratégia controversa, que o governo não está disposto a mexer. A avaliação da cúpula do setor energético é de que, apesar da crise generalizada que afeta o setor, é preciso seguir com a estratégia de "defender" a indústria nacional, que ainda não teria musculatura suficiente para enfrentar a concorrência internacional.


Nos últimos anos, a orientação tem sido a de ampliar o índice de equipamentos e serviços nacionais que precisam ser contratados pelas petroleiras. Até meados de 2010, esse volume girava em torno de 30%. Hoje, oscila entre 50% e 65%, conforme os critérios aplicados em cada um dos itens que compõem as operações de exploração e produção.

Segundo uma fonte ligada do Ministério de Minas e Energia, a nacionalização atingiu um "patamar adequado" e deverá seguir com este índice nos próximos anos, até que a cadeia de fornecedores locais possa andar com as próprias pernas e passe a atuar, inclusive, na exportação de equipamentos e serviços.


Para as petroleiras, o governo tem alimentado uma reserva de mercado que distorce os preços do setor, já abalado pela crise econômica do País, pelo derretimento do preço do petróleo e pelo atoleiro institucional e financeiro em que se meteu a Petrobras. Para complicar ainda mais a situação, essa mesma indústria não teria condições de atender aos projetos.


O governo também promete dar mais previsibilidade ao setor, com a realização de leilões de áreas de exploração a cada dois anos. O próximo leilão que prevê a oferta das "áreas unitizadas", aquelas que estão ligadas a campos do pré-sal já licitados, deverá ocorrer no ano que vem.


Apesar da queda do preço do petróleo, a avaliação do governo é de que a exploração do pré-sal é viável, com o nível atual de US$ 30 o barril, seja pela Petrobras ou por terceiros. Quando o pré-sal foi anunciado como bilhete premiado, em 2007, o barril frequentava a casa dos US$ 140. Já é praticamente um consenso que o barril nunca mais voltará para a casa dos US$ 100, devendo oscilar entre US$ 50 e US$ 80.

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