O relatório Dynaliners traçou um panorama da atual condição do mercado internacional de navegação, trazendo os principais destaques das companhias, que permearam suas ações nas últimas semanas. Segundo a análise, a movimentação da APL, divisão de contêineres da NOL, caiu notáveis 23% em 2015, chegando a US$ 5,4 milhões de faturamento no ano. Embora a receita líquida da empresa tenha ficado em US$ 707 milhões, o valor deveu-se ao lucro obtido com a venda da APL Logistics, por US$ 888 milhões, sem a qual a empresa teria fechado o ano com US$ 181 milhões de prejuízo, sendo quase metade desse valor concentrado no último trimestre (US$ 79 milhões).

COSCOCS (China Cosco Shipping Corporation Ltd) será o nome da mais nova companhia chinesa de navegação, a ser lançada em julho de 2016. Uma das primeiras mensagens divulgadas pela administração é que a empresa já está trabalhando na seleção de seus futuros parceiros para compor uma aliança. Por enquanto, e pelo menos durante o tempo estipulado pelos contratos, a companhia pretende continuar afiliada tanto à CKYHE Alliance (Cosco, Hanjin, “K” Line, Evergreen e Yang Ming) e Ocean Three (China Shipping, com CMA CGM e UASC).

A questão que o relatório Dynaliners deixa no ar é quanto à reação dos outros membros dos dois grupos: “resta saber o quão felizes ficarão os integrantes de ambas as alianças enquanto cooperam com um parceiro que é, ao mesmo tempo, seu concorrente…”

Ao contrário da impressão geral, entretanto, Dynaliners afirma que a Coscocs não tem qualquer intenção de encomendar quantidades substanciais de novas embarcações, pelo menos no momento. As encomendas existentes, que compreendem 30 ULCS (8 x 13.500, 5 x 14.500, 11 x 19.000 e 6 x 21.000 Teus, somando uma capacidade total de 515.500 Teus), são as únicas referências feitas pela administração do novo grupo associado. Após as entregas dos navios, cuja conclusão está prevista para 2018, a empresa terá capacidade para 1.560.000 Teus, e irá figurar como terceira em tamanho de frota operacional e encomendada, depois da MSC (84) e da Maersk Line (79), porém já estará bastante à frente da CMA CGM (com 50 navios).

O relatório também levanta como destaque da semana a sucessão à presidência do Evergreen Group, que ainda sofre a perda do Dr Chang Yung-Fa, falecido em janeiro deste ano. A nomeação de seu quarto filho, o caçula Chang Kuo-wei, foi contestada pelos outros três irmãos, que ainda negociam enquanto o Grupo Evergreen Group e suas afiliadas, bem como as operações, vão permanecer estáveis – é o que eles garantem. Ao que o Dynaliners comenta: “esperamos sinceramente que sim…”

Tendo como foco a Hanjin, Dynaliners relata que a empresa, com necessidade de angariar fundos para o caixa, vem considerando disponibilizar ao mercado títulos resgatáveis ao valor de US$ 178 milhões. Os documentos terão trinta anos de maturação e oferecerão taxas de juros de 9,58% no primeiro ano, 10,58% no segundo e 14,58% nos anos subsequentes. Além disso, Dynaliners divulga que a empresa está considerando a venda de 12,8 milhões de ações com valor potencial de US$ 30,1 milhões, o que aliviaria os juros devidos em seus terminais e escritório londrino: somente na primeira metade de 2016, a empresa sul-coreana deverá desembolsar US$ 406 milhões para o pagamento de dívidas.

Embora ainda não tenha publicado o lucro líquido referente a 2015, a Hapag-Lloyd já se antecipou em divulgar alguns resultados positivos. Muito em função da compra da CSAV, a rotatividade da empresa cresceu em 30% no ano, chegando aos € 8,84 bilhões (US$ 9,64 bilhões), o que significa 25% de aumento nas operações, chegando a 7,4 milhões de Teus transportados. A queda drástica nos preços do combustível mundial ainda favoreceu a empresa, cujo EBITDA chegou a € 831 milhões (US$ 906 milhões), um aumento notável sobre os “frustrantes” € 98,9 milhões atingidos no ano anterior, realçou o Dynaliners.