Infraestrutura de transportes é prioridade para empresas
Estudo demonstra que os custos logísticos consomem 11,73% da receita de companhias empresas que somam 15% do PIB brasileiro.
A Fundação Dom Cabral divulgou nesta semana os resultados da pesquisa Custos Logísticos no Brasil 2015, que avalia o impacto da logística nos custos gerais das empresas. A pesquisa utilizou uma amostragem de 142 companhias brasileiras de 22 segmentos industriais, cujo faturamento total equivale a 15% do PIB brasileiro. De acordo com o estudo, os custos logísticos no Brasil consumiram, em 2015, 11,73% da receita das empresas, um aumento de 1,8% em relação a 2014. Entre os itens apontados como de alto nível de dependência pelas empresas, ficaram as Rodovias (98%), Profissionais Qualificados (85%) e Máquinas e Equipamentos (78%).
Em empresas com volume de vendas entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, o custo logístico chegou a subir 30%. "São empresas que realizam transporte de longa distância, por rodovia, e dependem do diesel, por isso os custos cresceram de 2014 para 2015", destacou Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, e responsável pelo estudo. Para minimizar os custos com logística, as companhias, segundo o professor, têm optado por terceirizar os serviços de transportes, fechar centros de armazenamento e distribuição e cortar estoques. "O aumento dos custos logísticos se reflete no preço final dos produtos comercializados e isso afeta diretamente o consumo das famílias", afirma Resende.
O transporte de longa distância é o fator mais representativo na estrutura de custo logístico das companhias, chegando a 50% das despesas. Em seguida, vem o transporte de curta distância, em área urbana, que representa 20% dos gastos.
No transporte de insumos e produtos, o estudo conclui que o modal rodoviário é, de longe, o mais utilizado pelas empresas consultadas (80%), seguido do ferroviário (8%) e aeroviário (5%). Para 87% das empresas consultadas. Apesar de apontarem como seu principal transporte o meio rodoviário, 59% dos entrevistados colocaram a expansão da malha ferroviária como ação importante para reduzir os custos logísticos, atrás apenas da mudança na cobrança de ICMS (67%). "
Assim ocorre com a necessidade de investimentos: os entrevistados consideram a participação da iniciativa privada como crucial para o desenvolvimento dos projetos de infraestrutura de transportes em todos os modais no Brasil, 89% deles destacando como essencial ou extremamente essencial haver investimentos particulares sobre as concessões rodoviárias, enquanto 90% esperam por mais aportes na concessão ferroviária. Investimentos na administração portuária também fazem parte da expectativa da amostragem (88%), assim como gestão de aeroportos (88%).
Embora a necessidade de investimentos em infraestrutura seja unânime, o empresariado considera a corrupção como o maior gargalo para o cumprimento das obras de infraestrutura no Brasil, com 93%, seguida da burocracia (92%).
A saída encontrada pelas empresas para atenuar o custo logístico tem sido terceirizar a frota e serviços logísticos para outros operadores. "Ao terceirizar, a empresa transforma o que seria um custo fixo em variável. Ou seja, o custo com logística só aparece quando existe demanda. Contudo, quando a crise econômica atual acabar, essas empresas terão dificuldade em retomar suas estruturas logísticas", conclui o professor.
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